O Partido Comunista Francês (PCF) completa 100 anos nesta quarta-feira (30). A data que marca a fundação da agremiação coincide com o encerramento do Congresso de Tours, que durou cinco dias e culminou na criação da Seção Francesa da Internacional Comunista.
Com cerca de 150 mil filiados, o PCF é considerado um dos eixos articuladores da esquerda e da luta de classes na França.
Um dos pontos altos da trajetória do partido foi a criação, em outubro de 1941, da principal organização da resistência armada ao nazi-fascismo durante a Segunda Guerra: os Francs-Tireurs et Partisans (FTP).
Em entrevista recente ao portal Prensa Latina, o secretário nacional Fabien Roussel enalteceu a história da agremiação e listou as prioridades impostas pela pandemia de coronavírus: a luta contra o aumento do desemprego e da pobreza e contra a realocação de fábricas para outros países.
Curiosidades
Um dos fundadores do PCF foi o revolucionário vietnamita Ho Chi Minh, considerado um dos responsáveis pela vitória das forças anti-imperialistas sobre os Estados Unidos na Guerra do Vietnã (1955-1975). Na época, ele utilizava o pseudônimo Nguyen Ai Quoc.
Outra curiosidade é que a sede oficial do partido, construída em 1980 na praça Coronel-Fabien, em Paris, foi projetada e oferecida gratuitamente aos comunistas franceses pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer.
O PCF foi o mais votado nas eleições legislativas francesas em três oportunidades: em 1945, 1951 e 1956.
Imprensa
Entre 1923 e 1993, o PCF também foi responsável pela edição do jornal L’Humanité, fundado em 1904. Um dos mais tradicionais veículos de esquerda na França, ele foi censurado entre 1939 e 1944, mas continuou circulando clandestinamente durante a ocupação nazista.
Durante a guerra da Argélia, entre 1954 e 1962, o jornal também foi impedido de circular por suas posições anti-colonialistas.
A foice e o martelo, símbolos comunistas, estamparam a capa do jornal até 1999. Na fase de maior prestígio, o L’Humanité vendia 250 mil exemplares por dia.
As comemorações do centenário ocorreram durante todo 2020, com videoconferências e exposições, sob o lema “100 anos de história, 100 anos de futuro”.
Fonte: Brasil de Fato
Leia também:
“Movimento sindical vai ajudar a deter o fascismo no Brasil”, diz Patah da UGT