PUBLICADO EM 04 de out de 2021
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Privatizar a Petrobras é crime contra o Brasil, diz Sérgio Nobre

O ato nacional em defesa da Petrobras foi realizado no Trevo da Resistência, via que da acesso à Refinaria Landulpho Alves, no município de São Francisco do Conde. O local é simbólico e histórico por ter sido palco de greves e de grandes mobilizações da categoria, por isso recebeu essa alcunha de resistência.

Sergio Nobre, presidente da CUT

“A Petrobras é vital para o Brasil, é um crime privatizá-la”. Com essa certeza, o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, participou, na manhã desta segunda-feira (4), em São Francisco do Conde, na Bahia, do ato nacional organizado pelos petroleiros e petroleiras para marcar os 68 anos de criação da Petrobras e a luta contra o processo de privatização da empresa, a principal indutora de crescimento do país. O ato também defendeu preços justos para os combustíveis e derivados, como gás de cozinha.

“Privatizar a Petrobras é um crime contra o Brasil, contra todos os brasileiros. São 68 anos de muita luta da classe trabalhadora, dos petroleiros e petroleiras, e de muito sacrifício do povo para fazer da Petrobras uma das maiores empresas públicas do mundo e o principal indutor de crescimento do país”, afirmou o presidente nacional da CUT aos manifestantes, concentrados no Trevo da Resistência, que dá acesso à Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde, município a 81 quilômetros de Salvador.

Hoje, prosseguiu Sérgio Nobre, “Bolsonaro ameaça com a privatização da empresa, porque quer entregá-la aos interesses internacionais. Por isso e por todos os crimes cometidos pelo presidente, entre eles o genocídio de quase 600 mil brasileiros vítimas da Covid19, temos de barrar o governo Bolsonaro, e essa luta exige unidade, pressão sobre o Congresso Nacional e muita ação nas ruas”, convocou o presidente da CUT.

Ao final do ato na Refinaria Landulpho Alves, botijões de gás de cozinha a R$ 50,00, valor justo, foram levados à população do Bairro da Paz, em Salvador. Sergio Nobre participou da ação. Confira vídeo no final do texto. 

“Vim à periferia da capital baiana participar desse atividade muito importe dos petroleiros, uma ação de solidariedade à população que está desempregada, sofrendo com a carestia, com a alta dos preços dos alimentos e do gás de cozinha, que está sendo distribuído aqui a preço justo, R$ 50,00”, disse o presidente nacional da CUT

O papel dos dirigentes e sindicatos da CUT não é só atuar no local de trabalho, é ir para o bairro, a periferia e debater o que está acontecendo no Brasil e chamar o povo para a luta, em especial pelo Fora Bolsonaro.

– Sérgio Nobre

 “Nessa ação, conversamos com a população debatendo e explicando a situação do nosso país, a questão do desemprego, da carestia, a importância da Petrobras e o quanto é importante a luta contra as privatizações e também em defesa dos serviços públicos contra a PEC 32”, afirmou ele.

Sérgio Nobre destacou que “essa ação na periferia é um exemplo a todas as categorias, porque nós temos que ir para os bairros, conversar com a população mais pobre, pois a população na periferia de todos as cidades do país é dramática”. “Neste momento, disse Sérgio Nobre, o papel dos dirigentes e sindicatos da CUT não é só atuar no local de trabalho, mas sim ir para o bairro, a periferia e debater o que está acontecendo no Brasil e chamar o povo para a luta, em especial à luta pelo Fora Bolsonaro”, orientou o presidente nacional da CUT.

Nesta terça-feira (5), às 9h, Sérgio Nobre e dirigentes nacionais e regionais dos petroleiros e da CUT Bahia concederão entrevista coletiva à mídia baiana, na sede da CUT Bahia. Na pauta: luta contra a privatização das empresas públicas; as consequência e efeitos de uma saída da Petrobrás da Bahia; o impacto da pandemia sobre o emprego e renda da classe trabalhadora; Brigadas Digitais (projeto da CUT de ocupação das redes sociais pela base cutista e contra as fake news) colocar matéria ou link do site das brigadas

Histórico

O ato nacional em defesa da Petrobras foi realizado no Trevo da Resistência, via que da acesso à Refinaria Landulpho Alves, no município de São Francisco do Conde. O local é simbólico e histórico por ter sido palco de greves e de grandes mobilizações da categoria, por isso recebeu essa alcunha de resistência.

A Landulpho Alves é retrato da nefasta política de desmonte e fatiamento adotada pela Petrobras para privatizar a empresa em pedaços e por valores muito abaixo do mercado. Essa refinaria está sendo negociada com o Fundo Árabe Mubadala por US$ 1,6 bilhão, mas seu real valor real (apontado incialmente pela própria Petrobras) é de US$ 3 bilhões, segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros).

A Petrobras completou 68 anos neste domingo, 3 de outubro.

Coodenador da FUP

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, que puxou o ato desta segunda-feira, denuncia “a perda da função social da Petrobras, que gera lucro recorde para os acionistas, às custas das privatizações e de uma política de reajuste dos derivados que impõe preços em dólar.

“Este ato demonstra nossa indignação e luta contra esse processo de privatização da Petrobras que está sendo acelerado pelo presidente Bolsonaro. Continuaremos lutando e resistindo para manter a empresa como patrimônio público do povo brasileiro e sob o comando da União”, disse Deyvid aos manifestantes.

E complementou: “no ano que vem, em outubro de 2022, temos de eleger de novo Lula como nosso presidente da República, para a gente ter a nossa soberania nacional garantida”.

Preço injusto

De janeiro de 2019 até hoje, o preço da gasolina aumentou 80% nas refinarias. Apenas neste ano, a alta é de 45,7%. Já o gás de cozinha teve o preço ajustado nas refinarias em 87%, no governo Bolsonaro, até agora; ou 75,3% desde o início da pandemia. No ano, o aumento é de 38,1%, segundo estudo do Dieese elaborado para FUP.

Segundo a Federação, a gestão da Petrobras pune a sociedade diretamente em seu bolso, com a manutenção da política de Preço de Paridade de Importação para os combustíveis. Os constantes aumentos não param de pressionar a inflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 1,14% foi o maior desde a criação do Plano Real, em 1994, e fez a inflação chegar a 10,05% em 12 meses, quase o dobro da meta do governo.

Isso leva, segundo Deyvid, “a perda da função social da Petrobras, que gera lucro recorde para os acionistas, às custas das privatizações e de uma política de reajuste dos derivados que obriga a população a pagar mais de R$ 100,00 pelo botijão de gás de cozinha e quase R$ 7,00 pelo litro da gasolina”.

Povo paga a conta

A FUP denuncia que a Petrobras adotou um processo de venda nada transparente, contestada não somente pela Federação, mas pelo também Congresso Nacional. A Casa já questionou a venda da refinaria baiana por meio de ações no Supremo Tribunal Federal.

Na semana passada, o diesel teve um aumento de 8,9% nas refinarias. Só neste ano, o produto acumula alta de 50,9% nas refinarias, um valor mais de sete vezes superior à inflação do período (7,02%), medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preço ao Consumidor).

De janeiro de 2019 até hoje, o preço da gasolina aumentou 80% nas refinarias. Apenas neste ano, a alta é de 45,7%. Já o gás de cozinha teve o preço ajustado nas refinarias em 87%, no governo Bolsonaro, até agora; ou 75,3% desde o início da pandemia. No ano, o aumento é de 38,1%. As estatísticas foram elaboradas pelo DIEESE/FUP.

Para o Coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista, “o povo brasileiro está pagando o lucro dos acionistas da petrolífera brasileira, à base de muito sofrimento e, por isso, nos 68 anos da Petrobras, não poderíamos deixar de denunciar e protestar contra a política de preços adotada pela atual gestão da estatal, que vem tirando a empresa do seu caminho natural, do seu objetivo que é o de priorizar a responsabilidade social”.

Maria Madalena Firmo, a Leninha, presidenta da CUT Bahia, presente ao ato desta segunda-feira(4), também convocou trabalhadores e trabalhadoras à luta contra a privatização da Petrobras e das demais empresas públicas e estatais que estão sob a mira do governo Bolsonaro.

Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o “plano do governo para um horizonte de dez anos contempla privatizar as estatais de maneira irrestrita, incluindo a Petrobras e o Banco do Brasil”. Isso antes de vir à tona a denúncia de que o ministro tem milhões de dólares guardados em paraísos fiscais.

Confira vídeo:

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