PUBLICADO EM 11 de maio de 2021
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Presidente da Anvisa critica negacionismo de Bolsonaro: ‘Não ajuda e vai contra as indicações sanitárias’

Em depoimento à CPI da Covid, Antonio Barra Torres disse que aglomeração promovida por presidente da República no fim de semana foi “sanitariamente inadequada”

Em depoimento à CPI da Covid, Antonio Barra Torres disse que aglomeração promovida por presidente da República no fim de semana foi “sanitariamente inadequada”

Presidente da Anvisa também criticou as falas de Bolsonaro que buscavam descredibilizar a vacina produzida pelo Instituto Butatan com a farmacêutica Sinovac – Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, criticou os discursos antivacina do presidente Jair Bolsonaro. À CPI da Covid, nesta terça-feira (11), ele também classificou o passeio de Bolsonaro com centenas de motociclistas, no último fim de semana, como “sanitariamente inadequado”.

O cientista se disse arrependido de, em março de 2020, ter participado de uma manifestação junto ao presidente da República em Brasília – ambos sem máscara – em que centenas de seguidores se aglomeraram. No depoimento de hoje, ele se colocou contra as aglomerações promovidas por Bolsonaro durante a pandemia. “Sou contra qualquer tipo de aglomeração. É sanitariamente inadequado”, disse ele.

O presidente da Anvisa também criticou as falas de Bolsonaro que buscaram descredibilizar a vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. “Não concordo com qualquer coisa que envolva aglomeração ou que negue a vacina, pois não possui sentido sanitário. Isso vai contra as indicações sanitárias”, afirmou.

Ele classificou a questão da vacina no Brasil como uma “guerra política” travada entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e Bolsonaro. “(As declarações do presidente) não ajudam e fazem parte de uma guerra política instaurada sobre o tema que deveria estar na área da ciência”, acrescentou.

Sputnik
A Anvisa encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de ontem (10), informações sobre que documentos ainda estão pendentes para que a agência analise um novo pedido de autorização de importação e distribuição da vacina russa Sputnik V. Em abril, a Anvisa negou o pedido de autorização para a importação e o uso emergencial do imunizante, que havia sido feito por dez estados.

À CPI, o presidente da Anvisa disse que consultou dezenas de países que já aprovaram a Sputnik V, mas as respostas foram consideradas insuficientes para aprovar a conclusão da importação da vacina. “Nenhum dos países, tirando México e Argentina, possuem agência regulatória sênior”, afirmou. Ele relatou que 11 países sequer responderam ao pedido e 23 haviam aprovado o imunizante, mas ainda não estavam usando a Sputnik V em larga escala. “A recepção ainda é inicial. A informação foi menor do que é cientificamente esperado”, disse. “Então, na questão dos países, que é tão falada, o número não é este. Pode estar aprovada, mas não está sendo utilizada”, acrescentou Barra Torres, que negou que o STF esteja fazendo uma “judicialização” das vacinas.

Fonte: Rede Brasil Atual

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