A Federação Única dos Petroleiros (FUP) solicitou à direção da Petrobras a “suspensão imediata” dos processos de terceirização de unidades da empresa. Em especial, os petroleiros querem o fim das terceirizações que afetam o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), no Rio de Janeiro. Assim, em ofício enviado nesta quarta-feira (1º), eles cobram da nova gestão da estatal o retorno dos concursos públicos.
“Não é cabível avançar no processo de terceirização no apagar das luzes, sem qualquer orientação nem atenção às prioridades estratégicas do novo governo e da nova gestão da empresa”, disse a FUP.
A entidade denuncia que o processo de terceirização nas unidades da Petrobras avançam desde o golpe do impeachment contra a então presidenta Dilma Rousseff.
O Cenpes inclui diversos laboratórios e até mesmo uma “mini-refinaria”. Nesse sentido, o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), emitiu seguidos alertas quanto ao risco da colocação de trabalhadores terceirizados em funções críticas.
“São medidas totalmente irresponsáveis numa área operacional onde, sabidamente, é requerida formação e expertise, para lidar com situações de risco como alimentação elétrica e produtos químicos”, afirmou o Sindipetro-RJ, na semana passada.
Biocombustíveis e energia renovável
Outra demanda dos petroleiros é que a nova gestão cancele o processo de privatização da Petrobras Biocombustível (PBio). Trata-se de uma das maiores empresas de biocombustível do país, com unidades unidades em Minas Gerais, Bahia e Ceará. Juntas, possuem capacidade produtiva de 580 mil metros cúbicos de biocombustível por ano.
Em mensagem aos trabalhadores da empresa na semana passada, Jean Paul Prates, confirmado pelo Conselho de Administração da Petrobras para assumir o comando da petroleira, enfatizou a necessidade de inserir a Petrobras no processo de transição energética. “Trabalharemos para que a Petrobras siga sua jornada no petróleo e no gás, mas também trilhe novos caminhos perseguindo a descarbonização”, em vídeo enviado aos petroleiros. Ele ressaltou a necessidade da estatal abrir “novos horizontes”, e citou os “bioprodutos” e “outras fronteiras de energia renovável”.
Na contramão da atuação das grandes petrolíferas internacionais, no entanto, o governo Bolsonaro anunciou a privatização da PBio ainda em 2020. Nesse sentido, o objetivo era gerar caixa e ampliar a distribuição de dividendos com a venda de ativos, com foi a tônica da empresa nos últimos anos.
Fonte: FUP