PUBLICADO EM 30 de dez de 2025

Petroleiros do Norte Fluminense suspendem greve após 16 dias

Petroleiros do Norte Fluminense suspendem greve após 16 dias e aceitam a contraproposta da Petrobras sobre o ACT.

Greve dos petroleiros chega ao fim após aprovação de acordos em assembleia.

Greve dos petroleiros chega ao fim após aprovação de acordos em assembleia.

Em assembleia realizada nesta terça-feira (30), os petroleiros do Norte Fluminense decidiram suspender a greve, que já durava 16 dias, e aceitar a contraproposta apresentada pela Petrobras referente ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A categoria seguiu o indicativo de encerramento do movimento apresentado pelo Sindipetro-NF, maior entidade representativa dos petroleiros no país, filiada à FUP.

Durante a assembleia, os trabalhadores aprovaram também a manutenção do estado de assembleia permanente e do estado de greve, como forma de garantir o cumprimento, pela empresa, das cartas-compromisso encaminhadas ao sindicato. Foi aprovado ainda o desconto assistencial ao Sindipetro-NF, correspondente a 1% do salário líquido, a ser aplicado em três parcelas.

“Melhor caminho neste momento”

Na avaliação do coordenador-geral do Sindipetro-NF e diretor da FUP, Sérgio Borges, a aprovação do ACT e a suspensão da greve, com a manutenção do estado de greve e da assembleia permanente, representam “o melhor caminho neste momento”.

“Apresentamos o indicativo, votamos, e a decisão da assembleia é soberana”, afirmou.

Segundo Borges, a contraproposta da Petrobras trouxe avanços relevantes para a categoria. “Essa greve mostrou, mais uma vez, que a luta organizada traz resultados concretos. A mobilização iniciada no dia 15 garantiu avanços importantes no acordo e compromissos fundamentais da empresa com demandas históricas do Norte Fluminense”, destacou.

Entre as principais conquistas estão os avanços na cláusula da folga suprimida e a garantia de que não haverá punições, transferências ou mudanças de regime para os grevistas.

“Também conquistamos a neutralização dos dias de greve, o pagamento do dia de desembarque como hora extra, a criação do Auxílio Mercado e a complementação do Auxílio Deslocamento”, afirmou o dirigente. “Mesmo com pontos ainda em aberto, saímos dessa campanha mais fortes, organizados e com conquistas que só foram possíveis graças à mobilização da categoria”, concluiu.

Centrais sindicais

As centrais sindicais também manifestaram apoio à greve dos petroleiros, deflagrada em 15 de dezembro após um processo nacional de assembleias deliberativas.

Em nota conjunta, as lideranças classificaram como “vergonhosa” a proposta apresentada pela Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho, que previa apenas 0,5% de aumento real e tentativas de retirada de direitos, apesar do expressivo crescimento da produção e dos lucros da empresa, com pagamento de dividendos próximos de R$ 100 bilhões.

Segundo as centrais, esse contraste evidencia a injustiça da proposta e reforça a legitimidade da mobilização, especialmente por se tratar de uma empresa nacional, estratégica e patrimônio público, cuja postura intransigente acabou levando os trabalhadores a recorrerem à greve nacional como única alternativa coletiva, com a exigência de aumento real significativo, nenhum direito a menos e atendimento imediato das reivindicações da categoria.

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