Um estudo avaliou 345 modelos de escovas de dentes adquiridos em diferentes estabelecimentos comerciais, em 26 municípios sorteados nas mais diversas regiões paulistas. Dos modelos analisados, 285 (82,16%) foram considerados inadequados para uso, de acordo com a pesquisa. A pesquisadora do Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal (Cecol), ligado à USP, afirmou que as pontas das cerdas não arredondadas podem causar lesões, o que representa um risco para a saúde e um descumprimento das normas vigentes.
Ela ainda ressaltou que há falhas nas normativas sobre o tema, o que enfraquece a regulamentação e dificulta a eficácia das ações de vigilância sanitária. A pesquisadora citou o pesquisador americano Charles Bass, pioneiro no estudo das características de escovas de dentes, ao afirmar que o cabo deve ser reto e achatado e a cabeça deve ser compatível com a faixa etária do usuário. No entanto, a maioria dos cabos não são retos e a quantidade de tufos e cerdas não atende ao padrão definido por Bass.
Em seu estudo, a quantidade de cerdas por escova variou de 500 a 7.500 e a quantidade de tufos oscilou entre 13 a 65. A pesquisadora enfatizou a importância da atuação das instituições públicas e dos órgãos de defesa do consumidor, bem como da Vigilância Sanitária, no sentido de exigir o atendimento das normas e dos requisitos técnicos necessários.