Pesquisa da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) revela que quase 40% das famílias na região metropolitana de São Paulo são chefiadas por mulheres. Apesar de líderes, elas recebem 30% menos que os homens na mesma condição, mostra reportagem de André Gianocari, no Seu Jornal desta segunda-feira (9), na TVT.
O levantamento constatou que o perfil das famílias está mudando. De cada 100 grupos familiares, apenas 36 têm o formato de casal com filhos chefiado pelo homem. Além disso, quase um quarto dos casais tem a mulher como principal fonte de renda.
É o que acontece na casa do radialista Felipe Fernandes e da gerente de licitações Raquel Febronio, moradores da zona oeste da capital paulista. Enquanto ela sai para trabalhar, ele fica tomando conta do filho pequeno. “A gente pesquisou um pouco o preço da escola, era muito mais caro e a gente chegou a um acordo, eu voltei a trabalhar e o Felipe topou o desafio de ficar em casa cuidando do nosso filho Caetano, foi uma escolha nossa. Então, ele fica o dia inteiro”, afirma Raquel.
Para Felipe, que não está trabalhando registrado, a esposa dá conta do recado. “O fato de ela ganhar melhor é o que proporciona que a gente tenha uma vida mais tranquila, que não tenha de deixar a criança em creche obrigatoriamente e poder ficar com o nosso filho. Acho que é um ponto positivo, não teria porque viver de uma forma pior simplesmente porque eu sou homem”, diz o radialista.
“Está dando pra segurar bem, quando a gente colocar ele na escolinha vai ficar um pouco mais apertado, aí acho que ele vai ter de voltar a trabalhar, porque escola aqui na região é bem cara. Vai ser um desafio. Quando ele voltar a trabalhar, as contas vão aumentar também”, diz Raquel.
As mulheres chefes de família também são maioria em programas sociais, como o Bolsa Família. São 11% delas beneficiadas, enquanto só 8% dos homens recebem o auxílio. Em São Paulo, a zona sul é a que mais concentra esse percentual.
A chefe de divisão da Fundação Seade, Paula Montagner, diz que esse percentual de mulheres que dependem dos benefícios sociais na região metropolitana de São Paulo representa 1,1 milhão de pessoas. “Então, esse benefício acaba sendo mais importante para as mulheres chefes do que os homens”, diz.
“Mas não é tão pequena a participação dos homens, ela significa que o empobrecimento atingem a ambos, mas com mais intensidade as mulheres”, afirma.
Confira a reportagem da TVT: