A música “Quebra de Milho” expressa o ciclo da natureza, onde cada produto tem sua época de nascer e dar frutos, condicionando o trabalho humano à sua sazonalidade. Mostra que o tempo da roça é diferente do tempo da indústria. O tempo do campo é diferente do tempo da cidade.
“Quebra de Milho” é uma poesia que retrata a relação do ser humano com a natureza, a dependência da terra, a esperança e o trabalho coletivo. Retrata o Brasil do interior, sua raiz e sua ancestralidade.
Serve também como um alerta ambiental, muito importante nesta época, para a necessidade de respeitar e proteger a natureza.
Quebra de Milho
(Composição: Grupo Agreste/1982)
Intérprete: Pena Branca e Xavantinho
Mês de agosto
é tempo de queimada
Vou lá prá roça
preparar o aceiro
Faísca pula
que nem burro brabo
E faz estrada lá na capoeira
A terra é a mãe,
isso não é segredo
O que se planta
esse chão nos dá
Uma promessa
a São Miguel Arcanjo
Prá mandar chuva
pro milho brotar…
Passou setembro,
outubro já chegou
Já vejo o milho
brotando no chão
Tapando a terra
feito manto verde
Prá esperança do meu coração
Mês de dezembro,
vem as boas novas
A roça toda já se embonecou
Uma oração
agradecendo a Deus
E comer o fruto
que já madurou…
Mês de janeiro,
comer milho assado
Mingau e angú
no mês de fevereiro
Na palha verde
enrolar pamonha
E comer cuscuz
durante o ano inteiro
Quando é chegado
o tempo da colheita
Quebra de milho,
grande mutirão
A vida veste sua roupa nova
Prá ir no baile lá no casarão…
Fonte: Centro de Memória Sindical
Pereira
Parabéns isso realmente é um hino que conta a história de vida lá na roça só que passou por isso sabe o quanto é lindo o sertão tempo bom que não volta mais.
Saudade da minha terra do meu roçado.