O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, em seu discurso de posse, que o governo vai “inovar” e abandonar a legislação trabalhista, que ele chamou de “fascista”. Ele se referiu à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), criada em 1943, que reúne toda a legislação trabalhista garantindo, nos contratos de trabalho, condições mínimas de salubridade, direitos sociais e direito de organização e de negociação coletiva dos trabalhadores, e acenou para a criação da “carteira de trabalho verde e amarela”, que contempla menos direitos.
“Nós temos que libertar as futuras gerações do regime trabalhista e previdenciário que nós temos hoje. O governo democrático vai inovar e abandonar a legislação fascista da Carta del Lavoro [nome da CLT em italiano]”, afirmou o super ministro de Bolsonaro.
Outras mudança significativa proposta é a simplificação da reforma tributária. O objetivo de Guedes é criar uma espécie de imposto único reunindo entre 7 e 8 impostos, como PIS e IPI. “Vamos abrir a economia, simplificar impostos, privatizar, nós vamos descentralizar os recursos para Estados e municípios”, continuou.
Segundo o ministro, com a venda dos ativos do Estado, o governo “talvez” controle a dívida nominal, usando o conhecido exemplo do bolo que precisa crescer.
“Se a gente conseguir [isso, em] dois, três, quatro anos, acelerando privatizações, travar esses gastos, eles se dissolvem, porque a economia vai crescer 3%, 3,5%, com mais 3,5%, 4% de inflação. O bolo cresce, se essas empresas, nominalmente, são mantidas estáveis dois, três anos. [Resolveremos] essa asfixia de recursos para Saúde, para Educação, para Cidadania e o Brasil deixará de ser o paraíso dos rentistas e o inferno dos empreendedores”.
Guedes aproveitou também reafirmou ideias colocadas durante a campanha eleitoral como:
“A máquina do governo virou uma gigantesca engrenagem de transferências perversas de renda, em todas as suas dimensões. Se for aos bancos públicos, têm campeão nacional [que] pegou empréstimo, e não a pequena e média. Não foi para o pequeno crédito que os bancos se perderam. Eles se perderam nos grandes programas onde piratas privados, burocratas corruptos e criaturas do pântano político se associaram contra o povo brasileiro”.