O samba de raiz, na voz de Patrício Teixeira, traz a nostalgia de um Brasil em transição do rural para o urbano. O som chiado não é um defeito, mas uma marca registrada de autenticidade.
A música retrata o cotidiano do trabalhador que se inseria no mundo industrial, com horários definidos, cartão de ponto e hierarquia.
Também reflete uma sociedade que naturalizava os papéis de gênero: enquanto o homem saía para trabalhar, a mulher preparava o café e o almoço.
Vidas simples de tantos homens e mulheres que ajudaram a construir este país.
Sete Horas da Manhã
Composição: Ciro de Souza/1941)
Intérprete: Patrício Teixeira
Quatro horas da manhã
Eu já estou de pé.
Enquanto eu lavo o rosto
Ela faz o meu café.
Embrulha o meu almoço,
Eu me visto e vou andar.
Pego o trem na Leopoldina
E vou trabalhar.
Sete horas da manhã,
Entro na repartição,
Cumprimento o meu chefe
E vou marcar meu cartão.
Às dez horas quando apita
Eu saio para almoçar,
Mais tardar às seis e meia
Vou regressando ao meu lar…
Fonte: Centro de Memória Sindical