De Portugal o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que votou a favor do HC de Lula na última quarta feira, disse ao jornal Folha de São Paulo que “a prisão de Lula é absurda” e que o PT é “vítima de sua própria obra”.
O ministro alertou para o fato de que “Os recursos [que Lula pode apresentar à Justiça] ainda não se esgotaram e já se precipita a prisão!” e afirmou que está em voga no país um “autoritarismo” e “punitivismo processual”.
Ele responsabilizou o PT pelo que chamou de “processo de desinstitucionalização” e pelo “conluio entre o partido e procuradores” e disse ainda que o partido fez “más escolhas [de magistrados] para o STF”. Ele se refere aos ministros que foram indicados pela ex-presidente Dilma Rousseff e que votaram contra o HC, que são: Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber. Ele, Gilmar Mendes, foi indicado por Fernando Henrique Cardoso.
Segundo ele, “em vez de pensar em uma composição da corte [o STF] dentro dos padrões técnicos e jurídicos, privilegiou-se a escolha de pessoas ligadas aos movimentos LGBT, ao MST, basistas e coisas desse tipo. O resultado está aí, é esse direito penal totalitário”.
Em seu voto no dia 4 de abril, pela consessão do Habeas Corpus, o ministro disse que “há inúmeras falhas do Judiciário que podem deixar inocentes na cadeia” e que isso “resulta numa brutal injustiça, num sistema que é por si só injusto”. “A justiça criminal é muito falha”, concluiu.