O senador Paulo Paim (PT-RS) classificou de “piada de mau gosto” a notícia de que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, defende a votação da reforma da Previdência proposta pelo presidente da República, Michel Temer, antes mesmo de tomar posse.
Para ele, se os parlamentares votarem ainda neste ano a proposta de mudança nas regras previdenciárias, a população vai se sentir traída, uma vez que houve a promessa de que a matéria somente iria à votação no próximo governo, pelo Congresso Nacional recém-eleito.
Paulo Paim lembrou que a CPI da Previdência revelou que correções na gestão do sistema, combate à sonegação e cobrança dos devedores poderiam resolver os problemas no setor.
A votação da proposta de reforma da Previdência, que tramita na Câmara dos Deputados, não impede que o próximo governo encaminhe ao Legislativo uma outra proposta.
— Eu discordo da forma, porque falam que vai ser o regime de capitalização, que significa o que? Privatizar a Previdência. É um investimento de risco. Você vai investir. Se o investimento der errado, babaus, como aconteceu no Chile, na Argentina, nos Estados Unidos e na própria Grécia — disse o senador, nesta terça-feira (30).
Paim lembrou que a aprovação de uma proposta de emenda constitucional depende do apoio de três quintos dos integrantes de Câmara dos Deputados e do Senado.
Ele acrescentou que, com a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, é impossível votar qualquer mudança no texto constitucional.
Fonte: Agência Senado