Entraram em greve, na manhã desta quarta-feira (29), os 32 operários da construtora MGM na área da empresa multinacional holandesa Vopak, no bairro Alemôa, em Santos.
O presidente do sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial (Sintracomos), Ramilson Manoel Elói, reclama que vários problemas motivaram a paralisação.
O principal deles é que a empreiteira vem há cinco meses se negando a atender as reivindicações dos empregados para renovação do acordo coletivo na data-base de maio.
O pessoal reivindica reajuste de 13% nos salários e benefícios, conforme acertado com 99% das empresas do polo industrial da baixada santista. Mas a MGM oferece apenas 7%.
Plano de saúde
“Um grave motivo”, segundo o sindicalista, é que os trabalhadores estão sem plano de saúde. “Eles até concordam em arcar com 50% dos custos, mas a ‘gata’ é irredutível”.
A empreiteira também se recusa a pagar a participação nos lucros ou resultado (plr) garantido por lei e não concorda com o vale-refeição de R$ 500 mensais, oferecendo apenas metade desse valor.
“Nem no pior botequim das imediações uma pessoa consegue almoçar com R$ 10”, pondera Ramilson. “É uma vergonha o que fazem com operários especializados”.
Três assembleias
Os trabalhadores ampliam, reformam e fazem manutenção de tubos, dutos e outros equipamentos necessários à estocagem de produtos químicos, petróleo, gases liquefeitos e biocombustíveis vegetais.
O sindicato promoveu três assembleias sobre a campanha salarial. A mais recente foi na quarta-feira da semana passada (22), quando foi decretada a greve, comunicada às empresas na quinta (23).
Na sexta (24), a empreiteira reiterou os 7% de reajuste e anunciou correção de 60% para 65% dos valores de horas extras, quando as demais empresas pagam 70% ou mais. A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores.