O documento do organismo das Nações Unidas indicou que sem essa redução, a temperatura do planeta pode aumentar 3,2ºC. Pelo acordo de Paris sobre o aquecimento global, a previsão seria de aumento de 1,5ºC na temperatura até ao fim do século. Mesmo diante do risco, representantes do Pnuma afirmaram que não há sinal de esforço nesse sentido e que os acordos atuais para a redução das emissões são insuficientes.
Os dados mostram que em 2018, o total de emissões de CO2 atingiu níveis recordes e, na última década, as emissões aumentaram 1,5% por ano.
No ano passado, o Painel Intergovernamental das Alterações Climáticas alertou que o aumento de mais de 1,5ºC por ano no século terá efeitos destrutivos para a vida dos humanos, animais e plantas em todo o mundo.
A ONU diz agora que os países mais ricos falharam no corte de emissões com a rapidez necessária. Segundo o organismo, 15 dos 20 países mais ricos do mundo não têm sequer um plano para atingir o nível zero de emissões.
“Coletivamente, os países falharam em parar o crescimento das emissões de gases com efeito de estufa, o que significa que agora são necessários cortes mais profundos e mais rápidos”, destaca o relatório.
Diretora do Pnuma, Inger Anderson afirmou que os países não podem mais adiar medidas necessárias para mudar o cenário. Os cortes agora propostos, de 7,6%, “mostram que os países simplesmente não podem esperar”, acrescentou.
“Temos de acelerar para compensar os anos em que ‘deixamos para mais tarde’. Se não fizermos isso, o valor de +1,5ºC será atingido antes de 2030”, reforçou Anderson.
O relatório analisa as ações dos países ricos que integram o G20, responsáveis por 78% das emissões de CO2. Sete desses países têm de aplicar mais medidas para cumprirem as suas promessas atuais. Neste grupo, estão a Austrália, Canadá, Brasil, Japão, República da Coreia, África do Sul e Estados Unidos.
Na próxima semana, Madrid recebe o COP25, a conferência das Nações Unidas para as alterações climáticas de 2019 e, em 2020, a expectativa é que esses países definam metas mais ambiciosas no âmbito do Acordo de Paris.
Fonte: Agência Brasil