Estimativa da organização é que o indicador caia para 8,1% no próximo ano, ante 8,4% em 2017; razão da perspectiva de queda se deve ao crescimento médio de até 2% projetado para a região; relatório afirma que o início de uma recuperação já é perceptível em 2017, mas que ela ainda é “leve e frágil”; em 2017, o percentual de pessoas em busca de colocação na região subiu pela terceira vez seguida, de 7,9% para 8,4%; recuperação sólida do mercado de trabalho depende de um crescimento econômico dos países da região na casa dos 5% ou 6% ao ano, defende a OIT
A taxa de desemprego deve voltar a cair na América Latina em 2018, após três anos consecutivos de alta, segundo relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta segunda-feira (18).
A estimativa da organização é que o indicador caia para 8,1% no próximo ano, ante 8,4% em 2017, beneficiado pelo crescimento médio de até 2% projetado para a região.
“O mercado de trabalho da região parece estar em um momento de mudança de ciclo, após um período de deterioração generalizada dos indicadores sociais e de trabalho, mas a melhoria dependerá do cumprimento das previsões de maior crescimento econômico”, afirma, em nota, o diretor regional da OIT para a América Latina e o Caribe, José Manuel Salazar-Xirinachs.
O relatório afirma que o início de uma recuperação já é perceptível em 2017, mas que ela ainda é “leve e frágil”.
Em 2017, o percentual de pessoas em busca de colocação na região subiu pela terceira vez seguida, de 7,9% para 8,4%. Em termos absolutos, isso significa que o contingente de desempregados aumentou em 2 milhões de pessoas, para 26,4 milhões.
Uma recuperação sólida do mercado de trabalho depende de um crescimento econômico dos países da região na casa dos 5% ou 6% ao ano, defende a OIT.
“Embora 1,2% ou 2% de crescimento seja melhor que as taxas de crescimento recentes, esse ‘novo normal’ é uma má notícia, pois esses níveis de crescimento são insuficientes para reduzir a pobreza rapidamente, satisfazer e financiar as demandas das classes médias e ter impactos verdadeiramente transformadores nos indicadores sociais e de mercados de trabalho”, diz Salazar, em nota.
Outros fatores que precisam ser observados, segundo a organização, são a qualidade dos empregos gerados e o acesso a eles por mulheres e jovens —grupos que sofrem com uma taxa de desemprego mais alta do que a média da população.
Nesse ponto, uma novidade positiva de 2017 foi o aumento da participação de mulheres no mercado de trabalho, que pela primeira vez superou a linha dos 50% na região, chegando a 50,2%. Por outro lado, o desemprego entre jovens continuou aumentando, de 18,9% em 2016 para 19,5% em 2017.
BRASIL
A OIT destaca que a deterioração do mercado de trabalho do Brasil foi uma influência negativa importante para este resultado, uma vez que o país concentra 40% da força de trabalho da região.
A taxa de desemprego no trimestre encerrado em outubro no Brasil foi de 12,2%, o que equivale a 12,7 milhões de trabalhadores em busca de uma vaga. O número representa uma melhora em relação aos trimestres anteriores, mas puxada sobretudo pelo aumento do trabalho informal, marcado pela insegurança e ausência de direitos sociais.
O cenário se repete na região, onde houve também crescimento maior do trabalho por contra própria do que o com registro em carteira.
Fonte: Folha de SP