A edição desta semana da Revista Focus, publicação da Fundação Perseu Abramo, traz matéria com entrevista conjunta dos presidentes da CUT, Sérgio Nobre, e da Força Sindical, Miguel Torres, líderes à frente das duas maiores centrais sindicais do País, que puxam a luta unitária do Fórum das Centrais em defesa das pautas da classe trabalhadora e pelo ‘Fora Bolsonaro’.
Sob o título “Estamos vivendo uma Tragédia”, na reportagem desta edição, que tem como capa os atos ‘Fora, Bolsonaro’ de 2 de outubro, os dois líderes sindicais apontam os graves retrocessos impostos aos trabalhadores pelo governo genocida, analisam a conjuntura, conclamam a unidade da luta, falam dos ataques à organização sindical e destacam, em concordância, que o Brasil será reconstruído e que essa reconstrução tem de ser liderada por Lula na Presidência da República.
A reportagem afirma que o diagnóstico de ambos [Sérgio e Miguel] é de que o governo de Jair Bolsonaro conseguiu impor uma agenda de retrocessos e ataques aos direitos dos trabalhadores que exigirá muita organização, resistência e luta para ser revertida.
“O impasse que o país vive precisa ser superado nas eleições presidenciais de 2022. As eleições do ano que vem vão definir o que o Brasil vai ser nos próximos 15, 20 anos”, afirma Sérgio Nobre. “Uma reeleição do Bolsonaro seria uma tragédia porque o país não aguenta mais, não suporta esse caminho”, aponta Miguel Torres.
“Por isso, afirmou Sérgio Nobre à Focus, não tem bandeira mais importante à classe trabalhadora neste momento do que o impeachment do Bolsonaro e essa consciência está chegando a todo mundo, independentemente de partido. O povo brasileiro não pode mais continuar nessa rota”
Sobre a candidatura e eleição de Lula, em 2022, a presidente da República afirmaram:
Sérgio Nobre – “Com todo respeito a quem defende outras candidaturas, mas esse momento é para ele [Lula]. Para superar esse momento que estamos vivendo, você precisa ter uma liderança muito forte e o presidente Lula é uma liderança muito forte. Ele é respeitado no Brasil e no mundo todo e governo o país por oito anos. Se agora estamos vivendo o pior período da história da classe trabalhadora, durante os oito anos dele [Lula] foi o melhor período que a classe trabalhadora viveu (…). Avançamos na democracia, então todos os movimentos tinham espaço de negociação, você ia para Brasília e encontrava todo mundo lá — catadores, pessoal do serviço público, da indústria… Todo mundo negociando, debatendo suas pautas, as centrais sindicais reconhecidas, avançamos em conquistas na legislação trabalhista, o país cresceu, se desenvolveu, chegamos quase no pleno emprego. Lula saiu com quase 90% de aprovação do povo brasileiro. Então, ele fez. Não é uma aposta como os outros são. Portanto, essa conjuntura é pra ele. Não é para outra pessoa. E acho que ele tem muita consciência disso e está se preparando porque vai enfrentar um processo muito duro no ano que vem. Mas sairá vitorioso. Aliás, se tem uma coisa que a história do presidente Lula mostra desde a infância é que ele sempre superou os momentos difíceis. Sempre que a vida emparedou, ele superou e acho que agora não vai ser diferente.
Miguel Torres — Eu concordo. Lula tem a oportunidade e eu o vejo como a única liderança com capacidade de unir o país novamente e estancar esses retrocessos todos que foram acontecendo. Vejo que ele tem condições de pôr o Brasil novamente num patamar de respeito no mundo. Ele tem condições de reverter retrocessos contra a sociedade, mas o respeito às pessoas, com certeza. Sei que é muito difícil chegar e falar com tudo o que o Bolsonaro fez de uma hora para outra. Não é assim. Nós vamos ter que ter um Congresso Nacional, tem que ter um corpo político para dar força para ele. Mas, com certeza, no que depender dele, ele vai reconstruir esse país. É essa a esperança que nós trabalhadores temos nele. Esperança na seriedade que ele tem, na articulação que ele sempre teve e confiamos que ele vai fazer o país voltar a crescer, ser respeitado e dar dignidade a sua nação.
Leia aqui a íntega da reportagem da Focus