A taxa de desemprego ficou em 7,7% no terceiro trimestre. É o menor nível desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015 (7,5%). O número de desempregados recuou 3,8% no trimestre, chegando a 8,3 milhões de pessoas. Já o número de pessoas empregadas atingiu um patamar recorde na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012: 99,8 milhões de pessoas. Os dados foram divulgados hoje (31) pelo IBGE.
A coordenadora da Pesquisa, Adriana Beringuy, explica que a queda na taxa de desocupação foi induzida pelo crescimento no número de pessoas trabalhando e também pela diminuição de pessoas buscando trabalho no terceiro trimestre de 2023.
Pessoas empregadas com carteira assinada
A maior parte desse aumento no número de ocupados (587 mil pessoas) veio da categoria de empregados com carteira assinada no setor privado, que, com o acréscimo de 1,6%, chegou a 37,4 milhões de trabalhadores. Essa foi a única categoria investigada pela pesquisa que apresentou crescimento significativo. As demais permaneceram estáveis frente ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento dessa categoria foi de 1,1 milhão de pessoas (3,0%).
Atividades de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias e administrativas registra alta no número de pessoas empregadas
Em relação aos setores econômicos, o único que registrou aumento significativo de ocupados foi o de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,5%, ou mais 420 mil pessoas). As outras nove atividades ficaram estáveis na comparação com o trimestre móvel encerrado em junho.
“De modo geral, as atividades econômicas não tiveram redução de trabalhadores, não houve processo de dispensa. No setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, os destaques foram os segmentos de serviços financeiros e de locação de mão de obra. Embora essa atividade tenha se destacado no pós-pandemia por causa dos serviços de tecnologia da informação, agora tem registrado expansões seguidas não só relacionadas a esse segmento, mas também aos serviços de locação de mão de obra, administrativos, jurídicos e financeiros. Além disso, boa parte do crescimento do trabalho com carteira assinada no trimestre veio por meio dessa atividade”, ressalta Beringuy.
Desalentados atingem menor contingente
Os desalentados, aqueles que gostariam de trabalhar, porém não procuram emprego por achar que não encontrariam, somaram 3,5 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em 2016 (3,5 milhões). Foi uma queda de 4,6% na comparação com o trimestre móvel anterior, o que representa 168 mil pessoas a menos.
Rendimento cresce 1,7%
O rendimento médio real foi estimado em R$2.982, um crescimento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e de 4,2% frente ao mesmo período do ano passado. “Na comparação com o trimestre anterior, houve aumento no rendimento médio dos empregados com carteira no setor privado, empregados no setor público e trabalhadores por conta própria. Entre as atividades, houve expansão significativa do rendimento dos trabalhadores da indústria e da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”, diz Beringuy.
Acompanhando o aumento do rendimento médio, a massa de rendimento atingiu novamente o maior patamar da série histórica da pesquisa, ao ser estimada em R$ 293 bilhões. Frente aos três meses anteriores, o aumento foi de 2,7%. “Diante de uma expansão da população ocupada, temos como resultado o aumento da massa de rendimento real. Essa alta pode ter influência da maior participação de trabalhadores formais no mercado de trabalho, que têm, em média, rendimentos maiores”, analisa a pesquisadora.
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