Durante a 8ª Plenária Estatutária da FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT), realizada nos últimos dias 6 e 7, de forma virtual, os delegados e delegadas elegeram a nova diretoria da entidade. A Federação passa a ser presidida por Erick da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos por nove anos e trabalhador na Volks.
Em meio à Campanha Salarial 2021, no início das negociações com as bancadas patronais, a nova presidência assume a responsabilidade de manter a unidade dos sindicatos no Estado de São Paulo e avançar nas pautas da categoria.
Desafio é grande
Erick, que acompanha as negociações de Campanha Salarial e já foi secretário de Formação na FEM, destaca que um dos principais desafios é manter a unidade dos sindicatos, conquistada pelo agora ex-presidente, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão.
“Luizão construiu um processo de unidade que é o que mantém a existência da Federação. Essa referência, o tamanho do respeito e da confiança que os sindicatos têm por ele já traz uma responsabilidade grande. Ampliar isso para nossas organizações e conseguir avançar no trabalho da Federação é o grande desafio”.
O novo presidente destacou ainda que os trabalhadores precisam estar atentos ao novo cenário da indústria metalúrgica.
“Diferente da realidade no Brasil, a indústria metalúrgica, conforme dados compilados pelo Dieese, apresenta um crescimento da produção e ocupação, porém com achatamento da massa e da média salarial dos trabalhadores. Somado a isso vivemos um aumento absurdo do custo de vida nos últimos meses, os trabalhadores precisam enxergar essa realidade e se manter mobilizados. Temos a expectativa de fazer uma Campanha Salarial muito forte com muita energia para buscar repor as perdas que tivemos no período. Temos que dar conta disso imediatamente”.
Combater ataques
Também integra a nova diretoria Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, que assume a secretaria geral da Federação.
“É uma grande oportunidade poder ampliar o espaço de atuação a nível Estadual. Além dos desafios para avançar nas conquistas da Campanha Salarial, garantindo os direitos, repondo os salários com a inflação e com aumento real, também temos que pensar um novo modelo de organização e estrutura sindical, que dê conta de combater os ataques dos governos Estadual e Federal junto à classe patronal”.
Luizão restabelece e mantém a unidade
Luizão, que está à frente da entidade desde 2015, lembra que viveu momentos turbulentos na presidência da FEM/CUT. Passando pelo golpe que resultou no impeachment da presidenta Dilma, a aprovação das reformas Trabalhista e da Previdência, a Terceirização Irrestrita, a PEC da Morte, a prisão do ex-presidente Lula, a eleição de Bolsonaro, inflação em alta, ataques ao movimento sindical e pandemia.
“Tudo foi contra o trabalhador. Depois veio a pandemia e nesse período o governo publica medidas provisórias dizendo que é para salvar empregos e exclui os sindicatos do processo negocial, com validação do STF. Mas o movimento sindical mostrou sua relevância e produziu inúmeros acordos importantes, sobretudo os metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo”.
“Também no ano passado foi muito importante chegar à Convenção Coletiva, com exceção do Grupo 10, nos grupos maiores temos a validade da Convenção por dois anos, o que é muito útil agora porque tira o peso de ter que discutir novamente”, ressaltou.
Homenagem
Luizão foi homenageado durante a Plenária Estatutária por ter reestabelecido a unidade da categoria e destacou esse como maior ganho do seu mantado.
“O grande aspecto positivo desse período foi ter reestabelecido e também consolidado a unidade entres os sindicatos dos metalúrgicos cutistas no Estado de São Paulo. O que antes era difícil, chegar a uma Convenção única, se tornou realidade. Outro ponto muito importante foi que, mesmo após a reforma Trabalhista e a sanha patronal, com muita união conseguimos manter as cláusulas sociais não permitindo que houvesse retrocessos daquilo que foi conquistado durante décadas”, destacou.
“Aprendi muito sobre o que cada região oferece, tive a oportunidade de conhecer novas realidades, formas de atuação e organização em todo o Estado e esse aprendizado não tem preço”, finalizou.
Luizão, que é CSE na Volks em São Bernardo, vai ajudar nas lutas dos Metalúrgicos do ABC.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC