PUBLICADO EM 15 de out de 2018
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No dia do professor, Sindest alerta para ‘perigo na eleição’

Os professores correm perigo no segundo turno da eleição presidencial, alerta o presidente do sindicato dos servidores estatutários de Santos (Sindest), Fábio Marcelo Pimentel.

Foto: Arquivo

Por Paulo Passos – “Neste dia do professor”, pondera o sindicalista, “a categoria precisa convencer colegas, familiares, alunos, pais de alunos e toda a sociedade a não votarem no retrocesso educacional”.

Fábio considera retrocesso a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), que, segundo ele, “apresenta várias propostas contrárias aos professores, ao ensino e, consequentemente, ao futuro do Brasil”.

O principal ponto negativo, para o sindicalista, é a proposta de ensino à distância. “Isso representaria simplesmente o fim da profissão, um desastre educacional de consequências trágicas”.

“Se hoje nos preocupamos com a terceirização do pessoal de limpeza das escolas, amanhã, caso Bolsonaro vença, não teremos sequer escolas. O Brasil será um imenso telecurso”.

O presidente do Sindest acha que uma das finalidades da proposta é beneficiar o mentor econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, dono de empresas de ensino à distância.

“Pior que isso, será tirar educação e merenda das crianças pobres, que têm nas escolas a primeira e às vezes todas as refeições do dia. Significará o aprofundamento da miséria”.

Cada vez piores as condições em SantosO sindicalista critica também a “política neoliberal” do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que “trata muito mal os professores e os alunos”.

Fábio aponta “salas de aulas lotadas, muito além da capacidade normal, falta de mediadores e pouquíssimos professores, embora haja muitos concursados sem chamamento”.

“Faltam insumos, mesmo com as verbas oficiais e da associação de pais e mestres. São péssimas as condições nas escolas e trabalho em excesso. Os salários, então, não há nem o que falar”, diz ele.

Para o presidente do Sindest, “o único motivo de comemoração é o professor em si, que, por sua inteligência, traz na alma a inquietude necessária à luta para melhorar a educação e o país”.

Escolas em pandarecos
Sobre as 81 escolas municipais de Santos, Fábio diz que “estão caindo pelas tabelas, completamente deterioradas, sem manutenção, cheias de goteiras, entupimentos e vazamentos por todos os lados”.

“Pombos e ratos chegam a comer e evacuar na merenda, colocando em risco a saúde dos alunos e profissionais lotados nos estabelecimentos em toda a cidade, inclusive na área continental.”

As condições de trabalho das professoras, coordenadoras, supervisoras, serventes, merendeiras e outros profissionais “são péssimas, como se não bastassem os salários de fome”, diz.

“As merendas, então, são uma vergonha para uma cidade do porte de Santos.

Quando falta um produto numa escola, vão buscar em outra. O remanejamento é diário.”

Segundo Fábio, as geladeiras e freezers “vivem desguarnecidos. Falta carne, frango, arroz, feijão, leite… Muitas vezes, o ovo é a proteína de dias seguidos”.

Há também falta de merendeiras, diz o sindicalista. As que têm restrições por problemas de saúde muitas vezes são obrigadas a carregar peso além da sua capacidade física, segundo ele.

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