PUBLICADO EM 20 de dez de 2017
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Não podemos deixar o Dieese fechar

A sociedade brasileira perderá com o fechamento do Dieese, pois pesquisas como a da cesta básica e de emprego e desemprego, fornecem instrumentos para entender e questionar os rumos da economia.

 

Por João Carlos Gonçalves, Juruna

Criado em 1955, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, Dieese, é reconhecido pela sociedade e pela academia. É protagonista do questionamento da inflação manipulada pela ditadura militar e que desencadeou as greves de 1978. Criou mecanismos que permitem uma análise mais fiel da realidade dos trabalhadores, como o índice de custo de vida, a pesquisa de emprego e desemprego e a cesta básica.

É uma das mais sérias, isentas e tradicionais instituições de pesquisa do Brasil. Mas, está com os salários atrasados desde setembro e, infelizmente, pode fechar!

Pode fechar porque sofre com uma dívida, ainda em aberto, que o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tem com o DIEESE e não pagas, por pesquisas realizadas .

Pode fechar porque com a reforma trabalhista, os sindicatos ficaram sem financiamento suficiente para manter suas instituições, com o DIEESE.

Seus técnicos estão procurando, a duras penas, manter o trabalho. Manter o trabalho porque a interrupção de uma pesquisa joga tudo o que foi feito no lixo.

Por isso o Dieese precisa de ajuda.

A sociedade brasileira perderá com o fechamento do Dieese, pois pesquisas como a da cesta básica e de emprego e desemprego, fornecem instrumentos para entender e questionar os rumos da economia.

Os trabalhadores perdem com o fechamento do Dieese , pois é o Dieese que tem a melhor capacidade e legitimidade para situa-los no contexto econômico-social. Toda luta e toda reivindicação precisa de dados e estatística que a justifiquem.

A democracia perde com o fechamento do Dieese, pois uma instituição livre, questionadora do status quo, que leva em conta os excluídos e prejudicados, abre caminho para maior equidade.

Você perde com o fechamento do Dieese, porque sem mecanismos que questionem a realidade, com as estatísticas com fundamentos científicos, não há informação apurada e confiável. Uma informação de qualidade, contextualizada, segura, é para o cidadão um patrimônio que lhe dá a capacidade de agir estrategicamente, de discernir o certo do errado e de se empenhar por aquilo que ele acredita.

Não tenho dúvida: o Dieese esteve e está do lado da sociedade democrática, dos trabalhadores, de você. Do nosso lado.

O Dieese é um instrumento da democracia.

O Dieese é um instrumento da sociedade.

O Dieese é um instrumento das instituições democráticas.

O Dieese é um instrumento dos trabalhadores.

O Dieese é um instrumento também seu.

Só a solidária colaboração dos democratas pode permitir que a chama do DIEESE continue acesa.

Faça sua contribuição voluntária!

Veja aqui como contribuir.

João Carlos Gonçalves, Juruna é metalúrgico,  Secretário Geral da Força Sindical e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Foi presidente e vice do Dieese entre 1996 e 1998

 

 

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