Os extremos se tocam, diz uma antiga máxima política. A surpreendente nota divulgada na última-quinta-feira (5) pela CSP Conlutas.
Por José Carlos Ruy
Sob o título Nota da CSP-Conlutas sobre a decisão do STF ao pedido de habeas corpus de Lula é a mais recente demonstração daquela verdade política e revela que, nesta conjuntura conturbada, o radicalismo trotsquista da CSP Conlutas a emparelha, ombro a ombro, com o desvario direitista e conservador da direita e seus representantes na mídia hegemônica e no judiciário lavajatista.
Aquela nota, assinada pela Secretaria Nacional Executiva da CSP-Conlutas diz que a central sindical minoritária não participará de atos contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E reafirma seu alinhamento com a campanha pseudo moralista da direita quando afirma que sempre defendeu a prisão dos corruptos e corruptores.
O moralismo político, de feição udenista, que mobiliza os setores conservadores da classe média, é o fundamento da posição da CSP Conlutas. Moralismo que contrasta com a verbalização radical de sua ação política. Que defende, em abstrato e com escassa base na ação concreta das massas trabalhadoras, uma suposta revolução socialista – sem compreender que não há luta socialista sem base operária sólida, concreta e consciente.
Consciência que significa a compreensão, pelos que tentam dirigir a luta transformadora dos trabalhadores, das condições concretas e reais dessa luta. E da consciência alcançada pelo conjunto mais avançado da massa. Consciência que, no Brasil, ainda não alcançou o patamar revolucionário socialista, sendo democrática e legalista. Como demonstra a reação popular ontra injuriosa condenação de Lula e sua injusta prisão.
A CSP Conlutas se coloca à margem desta luta concreta e suas condições reais. E supõe que a conquista da democracia e do socialismo será resultado de condições meramente teóricas, que existem apenas na cabeça daqueles militantes equivocados. Sendo, assim idealistas. Se aproxima assim da ação raivosa da direita que, neste final de semana, atinge o paroxismo. Ombro a ombro com os “esquerdistas” da CSP Conlutas.