Passado um ano desde o trágico acidente na Multiteiner, em Itapecerica da Serra-SP, as famílias das vítimas continuam em busca de justiça e respostas. O desabamento, que ocorreu em 20 de setembro de 2022, tirou a vida de nove pessoas e deixou outras 39 feridas.
Até o momento, nenhuma responsabilidade foi atribuída, e a empresa não manteve contato com as famílias enlutadas. Para Daniel Ribeiro, pai de Diego, uma das vítimas fatais, a falta de informações é angustiante. “Ninguém fala nada, nenhuma notícia nada. A gente fica na espera, para ver no que vai dar”, desabafa.
As vítimas, em sua maioria jovens, tiveram suas vidas interrompidas de forma abrupta. Entre os fatores que podem ter contribuído para o acidente estão a capacidade de peso acima do permitido no galpão e irregularidades na campanha eleitoral. Surpreendentemente, a empresa continua operando no mesmo local.
Atuação do Sindicato
O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região tem desempenhado um papel fundamental na busca por respostas.
Em 29 de agosto, a pedido do Sindicato, o Ministério do Trabalho e Emprego fez uma nova fiscalização no local do acidente. “Existem muitas informações pendentes, as quais, inclusive, não foram levantadas pelo órgão na primeira vistoria, que aconteceu em 23 de setembro do ano passado.
São informações que consideramos importantes para que as vítimas e seus familiares possam requerer direitos na Justiça”, explica o secretário-geral do Sindicato, João Batista.
Agora, a entidade aguarda o relatório da fiscalização, ao mesmo tempo que busca alternativas para que haja uma responsabilização do acidente e, claro, para que medidas sejam tomadas para que novos não voltem a acontecer. Para isso, tem cobrado várias instituições, como o Ministério Público do Trabalho, a prefeitura de Itapecerica, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), para que cada uma, em suas atribuições, atue.
Direitos respeitados
“A cobrança é em relação todas às vítimas. Queremos que todas sejam reparadas e tenham seus direitos respeitados. Isto inclui o vínculo empregatício, já que a empresa, apesar de tratar seus trabalhadores e trabalhadores como CLT, os empregavam como Pessoa Jurídica”, observa o presidente do Sindicato, Gilberto Almazan (Ratinho).
A entidade aguarda o relatório dessa fiscalização enquanto continua a pressionar diversas instituições, incluindo o Ministério Público do Trabalho, a prefeitura de Itapecerica e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), para que cada uma cumpra seu papel na responsabilização pelo acidente e na prevenção de futuras tragédias.
Relembrando o caso, o desabamento ocorreu em uma empresa de contêiner e resultou em nove mortes e 31 feridos. As vítimas foram socorridas para diversos hospitais da região. Até o momento, a busca por justiça continua, e as famílias esperam por respostas e reparação.
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