Caso realmente seja assinado, o decreto prejudica a autonomia financeira da entidade, segundo Montalvão. “A Lei da Meia Entrada foi aprovada por ampla maioria no congresso como resultado de um longo debate feito por anos com vários setores da sociedade. Essa MP passa por cima desse acúmulo histórico. Nós vamos nos organizar juridicamente com relação ao tema porque a carteira estudantil foi proposta como garantia de direitos. Todos os Diretórios serão prejudicados em sua autonomia financeira”, comentou.
No Recife, a entidade organiza um ato no próximo dia 7 de Setembro, feriado da Independência, que se junta ao grito dos excluídos. Entre as pautas está o que a UNE considera uma ataque à articulação estudantil.
A presidente e diretora de Cultura da UNE em Pernambuco, Manuela Mirella Nunes da Silva, ressalta que o financiamento existe para que sejam organizadas atividades de integração e debates nos Centro Acadêmicos. “Esse decreto pretende desmobilizar o movimento estudantil. A verba é utilizada para realizar projetos diários em todos os Diretórios. Isso serve para criminalizar e desmobilizar o movimento estudantil, mas a UNE existe há 83 anos e não vai acabar”, defende.
Por fim, a presidente da ANPG, Flávia Calé, afirma que se trata de uma “perseguição política, antidemocrática, tomada sem nenhum debate”. “Diante de tamanha crise econômica, da catástrofe ambiental na Amazônia, de forte calamidade social, com elevadíssimo índice de desemprego, fazendo cair drasticamente a aprovação do governo, qual a urgência do governo em investir recursos que eles dizem que não existem para fazer um certificado digital para estudantes?”, questiona.
Flávia sustenta que o dinheiro da carteira garante independência: “Imagine se dependêssemos de governos para realizar nossas atividades, o que aconteceria? Perderíamos nossa autonomia política”. Segundo a gestora da ANPG, todo o dinheiro arrecadado é dividido pela ANPG com as Associações de Pós-Graduandos de cada universidade. “Esse recurso é tratado com absoluta transparência, aprovação das contas nos fóruns da entidade”, defende.
“O movimento estudantil sobreviveu à ditadura, ajudou a conquistar a democracia e jamais vai se render a qualquer projeto de governo tirano em nosso país. Os inimigos da educação e da ciência não conseguirão nos deter”, brada.
Paulo Artur
Como estudante, independente do que a UNE pense ou deixe de pensar, gostaria de receber minha carteira sem ser necessário desembolsar nenhum valor. E fica uma dica: a UNE que deixe sua CC do Banco e os alunos que forem a favor de pagarem depositarão o valor correspondente. Imagino que mais de 90% dos alunos que gostam e aplaudem seus representantes o farão voluntariamente. Ou será que estou errado ? Cabe ao presidente do Brasil fazer o papel dele e nuestra UNE o seu.