Miguel Torres, presidente do Sindicato de São Paulo e da Confederação da categoria (CNTM/Força Sindical), alerta que as ameaças da GM terão reflexos em vários seguimentos industriais, por isso a necessidade de ampliar o debate para outras categorias.
“Esse movimento está sendo incorporado por todo o setor automotivo inclusive os não metalúrgicos, como químicos, plásticos, borracha, vidreiros e concessionários. Com isso nós tivemos uma unidade, forjada nessa reunião, de resistência ao terrorismo da GM ameaçando tirar a empresa do Brasil se seus custos não diminuírem”, afirma.
A GM possui cinco fábricas no Brasil. Elas estão instaladas em São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, em território paulista, Joinville (SC) e Gravataí (RS).
“O Brasil Metalúrgico cria um caminho de unidade não só entre os metalúrgicos, mas em todas as categorias, pois o que a GM está fazendo não agride diretamente só os metalúrgicos. Isso atinge todo o movimento sindical e toda a cadeia produtiva”, aponta Marcelo Toledo, diretor de Formação da Fitmetal e funcionário da GM em São Caetano (SP).
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Weller Pereira Gonçalves, é muito importante a retomada das atividades do Brasil Metalúrgico, “pois ele unifica as Centrais Sindicais e os principais Sindicatos do País em torno da situação das montadoras. O que for aplicado na GM terá reflexos na categoria metalúrgica em nível nacional, inclusive em outras montadoras”.
Catalão – O presidente do Sindicato local, Carlos Albino conta: “Em Catalão, a Mitsubishi também está ameaçando com demissões. Eles querem reduzir salários e retirar direitos. Estão agindo da mesma maneira que a GM”.
O presidente da Federação dos Químicos do Estado de São Paulo, Sérgio Luiz Leite (Serginho), destaca que a entidade está preocupada com os impactos na categoria. “A indústria automobilística não envolve só a área metalúrgica. Nós, do setor químico, também estamos preocupados com essa atitude das montadoras”, comenta.
IndustriAll – Segundo a metalúrgica Mônica Veloso, diretora do Sindicato Global que agrega vários setores da indústria, a entidade pode ter um papel fundamental em uma campanha de alcance mundial. “O enfrentamento das multinacionais não depende de uma ação exclusiva de uma cadeia. Ela tem reflexos em todos os setores produtivos. Quando se constrói uma ação unitária de forma solidária, consegue-se um impacto social, político e econômico daquilo que é o peso dos trabalhadores nessa estratégia”, ressalta.
Brasil Metalúrgico – Criado em 2017 para combater a reforma trabalhista, o movimento se reestrutura para enfrentar a crise gerada pela conduta da montadora. O MBM, que reúne dirigentes da categoria em nível nacional, ligados a todas as Centrais Sindicais, incentiva outras categorias a colocar o bloco na rua para dar combate aos ataques a direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora.
Mais informações: www.metalurgicos.org.br
Fonte: Agência Sindical