O secretário Municipal de Mobilidade e Transportes da capital paulista, Edson Caram, determinou a suspensão de portarias e circulares que determinavam a extinção dos postos de cobradores nos ônibus na cidade. O acordo foi acertado com Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) e com o sindicato patronal (SPUrbanuss) em reunião realizada na manhã de hoje (30). Com isso, a greve de ônibus programada para amanhã (31), em todos os terminais de ônibus da cidade, está suspensa.
A prefeitura de São Paulo vai criar uma comissão com representantes da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT), da São Paulo Transporte (SPTrans), do Sindmotoristas e do SPUrbanuss para elaborar um projeto de requalificação dos profissionais antes de qualquer mudança no sistema. Em junho a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) determinou às empresas que os novos ônibus adquiridos deviam vir sem o assento do cobrador. Esse era o principal motivo para uma eventual greve de ônibus.
Além disso, a partir da próxima quinta-feira (1º), os paulistanos não poderão mais contar com pelo menos 144 ônibus de diversas empresas, que deixarão de circular pela cidade. A prefeitura iniciou a redução da frota, prevista nos novos contratos com as empresas que operam na capital paulista, embora ainda esteja firmando contratos emergenciais. O número pode ser ainda maior porque nem todas as Ordens de Serviço Operacional (OSO) da São Paulo Transporte (SPTrans) estão disponíveis para consulta. A redução se dá em comparação com o número de veículos em operação até 31 de maio, antes do período de férias escolares.
“Cada ônibus retirado do sistema representa até seis trabalhadores desempregados. É um absurdo que, no atual momento do país, a prefeitura tome essa medida”, afirmou o presidente Sindmotoristas, Valmir Santana da Paz, o Sorriso. Ele lembrou que a licitação do transporte está em discussão na Justiça e essas medidas nem poderiam ser tomadas. Apesar do acordo sobre os cobradores, essa medida segue em vigor. Os trabalhadores não descartavam uma greve de ônibus para reverter a decisão da prefeitura.
Na região de Perus, zona noroeste da capital, o Consórcio Bandeirante (Área 1, ônibus verde-claro) terá diminuição de 830 para 808 veículos. Na zona norte, a Sambaíba (Área 2, ônibus azul escuro) vai ter redução de 1.183 para 1.165. A MobiBrasil (Área 6, ônibus azul claro), que opera na região do Grajaú, vai de 540 para 531 veículos. Na zona oeste, (Área 8, laranja) a Viação Gatusa passa de 226 para 213, a KBPX de 240 para 224 e a Campo Belo, de 497 para 469. E a na região do Capão Redondo (Área 7, vinho), as viações Gato Preto e Transpass, que operavam juntas com 785 ônibus, agora operam separadas, com 747 veículos no total.
Conforme a RBA revelou no final de 2017, a nova licitação definia a redução do número total de ônibus no sistema de 13.603 para 12.667 veículos. Esse processo devia ser feito em três anos. Além disso, o edital previa a extinção de 149 linhas e redução da extensão de outras 134. A prefeitura justifica que, apesar dessas reduções, a oferta de lugares vai subir em 100 mil assentos, de 1 milhão para 1,1 milhão, e a cobertura da rede de transporte vai aumentar de 4.680 para 5.100 quilômetros. Desde o início da gestão do ex-prefeito e atual governador paulista, João Doria, de quem o atual prefeito Bruno Covas era vice, foram extintas ou alteradas mais de cem linhas.
Fonte: Rede Brasil Atual