Figura icônica do teatro brasileiro e um dos fundadores e diretores do Teatro Oficina, um dos grupos teatrais mais influentes e inovadores do país, Zé Celso Martinez Corrêa, dramaturgo brasileiro, nascido em 1937, em Araraquara, interior de SP, não resistiu às queimaduras que sofreu em um incêndio em seu apartamento e morreu hoje em São Paulo aos 86 anos.
A vida de Zé Celso foi marcada por sua dedicação e paixão pelo teatro. Ele é conhecido por seu estilo ousado, provocativo e experimental, que desafia as convenções teatrais tradicionais. Suas obras são frequentemente caracterizadas pela fusão de elementos teatrais, políticos e culturais, explorando questões sociais e pessoais com intensidade e originalidade.
A importância de Zé Celso na dramaturgia brasileira é imensa. Ele é considerado um dos pilares do teatro de vanguarda no país, sendo um dos responsáveis por introduzir novas abordagens e técnicas teatrais. Sua busca constante pela inovação e experimentação ajudou a romper barreiras e expandir os limites do teatro no Brasil.
Além disso, Zé Celso é reconhecido por sua postura política e engajamento social. Suas obras frequentemente abordam temas relacionados à opressão, à luta dos povos indígenas, à sexualidade e à resistência contra regimes autoritários. Através do teatro ele questionava o status quo e estimulava o pensamento crítico e a reflexão na sociedade.
Ao longo de sua carreira, Zé Celso recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos, tanto no Brasil como internacionalmente, pelos seus trabalhos e contribuições para o teatro. Sua influência estende-se para além dos palcos, inspirando gerações de artistas e contribuindo para a evolução do teatro brasileiro como um todo.
Incêndio
Segundo informações de O Globo, na quarta-feira (5), o estado de saúde do renomado dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa sofreu um agravamento significativo, quando ele desenvolveu insuficiência renal depois do incêndio ocorrido na terça-feira. Infelizmente, seu quadro continuou se deteriorando e ele não respondeu ao tratamento. Na manhã desta quinta-feira, o diretor teatral acabou falecendo devido à falência de órgãos. Ele havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas na terça-feira, após sofrer queimaduras em um incêndio em seu apartamento na região do Paraíso, Zona Sul de São Paulo.
Zé Celso, que tinha 86 anos, estava dormindo em seu quarto quando, por volta das 7h30, um incêndio começou em sua residência. De acordo com relatos de vizinhos, a suspeita é de que o fogo tenha sido causado por um curto-circuito no aquecedor. As autoridades policiais, mais especificamente o 36º Distrito Policial (Vila Mariana), estão investigando as causas do incêndio. Após o ocorrido, o dramaturgo foi levado para a UTI, onde precisou ser entubado devido às queimaduras em 60% de seu corpo.
No momento do incidente, havia outras três pessoas no apartamento: seu marido, Marcelo Drummond, e os atores Victor Rosa e Ricardo Bittencourt. O cachorro do casal, Nagô, também estava e passa por tratamento. Embora nenhum deles tenha sofrido queimaduras, todos foram encaminhados para um hospital devido à inalação de fumaça. Foi Victor quem resgatou Zé Celso, encontrando-o deitado no chão com múltiplas queimaduras. O apartamento de Zé Celso está localizado no sexto e último andar do prédio.
A vida e a obra de Zé Celso Martinez Corrêa são um testemunho do poder transformador do teatro. Sua importância reside não apenas na criação de peças teatrais inovadoras, mas também na sua capacidade de provocar debates, ampliar horizontes e questionar as estruturas sociais. Ele foi um dos grandes artistas do Brasil e um exemplo inspirador de comprometimento artístico, coragem e resistência.
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