
Aprovação do piso regional no RS é vitória dos trabalhadores
As centrais sindicais comemoraram a aprovação do reajuste do salário mínimo, nesta terça-feira (3), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Os deputados gaúchos aprovaram reajuste de 8% para o salário mínimo regional.
A votação foi de 46 votos a favor e quatro contrários. O projeto foi enviado pelo governo do estado em regime de urgência e os novos valores já valerão para o mês de junho.
medida beneficia diretamente cerca de 1,3 milhão de trabalhadores e trabalhadoras gaúchas, de diversas categorias que não têm salário fixado em convenção coletiva e, por isso, têm sua remuneração atrelada ao mínimo regional.
De acordo com o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Rio Grande do Sul (CTB-RS), Guiomar Vidor, trata-se de uma conquista importante, mas ainda insuficiente.
“Diante das perdas acumuladas nos últimos anos, que somam 17,3% o ideal seria ter um reajuste adicional de 8,6% para repor integralmente esse retrocesso”, destacou.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), considera 0 reajuste uma conquista e o resultado da luta por um salário justo para os trabalhadores e as trabalhadoras, apesar da medida de retroatividade não ter sido acolhida, pontua o presidente da central, Amarildo Cenci.
De acordo com Cenci, desde que o governo enviou o projeto à Assembleia, entidades de trabalhadores reivindicavam um aumento maior, de 10,45%, percentual que significa o crescimento do PIB mais a inflação do período.
“A reivindicação foi acolhida por deputados da oposição e o bancada do PT chegou a apresentar uma emenda para elevar o reajuste. Outra demanda era a retroatividade ao mês de maio, mas a emenda da retroatividade não chegou nem sequer a ser analisada pelo plenário, em função de aprovação de requerimento do deputado Gustavo Victorino (Republicanos) para preferência de votação do texto original”, explicou.
A Força Sindical RS, também acompanhou, acompanhou a votação diretamente do plenário e as lideranças da Central ressalta que o movimento sindical seguirá lutando pela valorização do mínimo regional, que, quando foi criado, equivalia a 1,28 salário mínimo nacional.
“Reafirmamos nosso compromisso com a valorização do salário mínimo regional como instrumento de justiça social e proteção aos trabalhadores e trabalhadoras gaúchos”, afirmaram os dirigentes presentes.
Os dirigentes da Força também ressaltam que embora o reajuste aprovado não tenha alcançado o índice defendido pelo movimento sindical, que pleiteava um percentual superior para repor as perdas inflacionárias e garantir ganho real, consideram o resultado um avanço diante do cenário político e econômico atual.
“A mobilização das entidades sindicais foi fundamental para pressionar e garantir que a proposta tramitasse e fosse votada”, acrescentaram.

“Movimento sindical seguirá lutando pela valorização do mínimo regional”, dizem dirigentes da Força Sindical RS
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) também manifestou sua contrariedade. A entidade afirmou em nota que a medida desconsidera os desafios enfrentados pelo setor empresarial após as cheias, além de propor uma atualização muito próxima à anterior, que ocorreu em dezembro de 2024, quando a remuneração recebeu acréscimo de 5,25%.
Votaram contra o projeto os deputados Guilherme Pasin (PP), Marcus Vinícius (PP), Felipe Camozzato (Novo) e Rodrigo Lorenzoni (PL).
A Assembleia Legislativa aprovou, na tarde desta terça-feira (3/6), projeto do Executivo para reajuste do piso regional de 2025 em 8%.
A proposta recebeu 46 votos a favor e quatro contrários.
Como ficaram as faixas
- FAIXA 1: R$ 1.656,52 por R$ 1.789,04
- FAIXA 2: R$ 1.694,66 por R$ 1.830,23
- FAIXA 3: R$ 1.733,10 por R$ 1.871,75
- FAIXA 4: R$ 1.801,55 por R$ 1.945,67
- FAIXA 5: R$ 2.099,27 para R$ 2.267,21
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