Na manhã desta quarta-feira (25) e na terça (24), mais de 4 mil trabalhadores das unidades da JBS Suínos em Três Passos e Seberi (RS), pararam em protesto por melhores salários e condições de trabalho
A empresa JBS Suínos não tem respondido às reivindicações de reuniões por parte dos trabalhadores e trabalhadoras, para que negociem reajustes salariais e outros benefícios, além de não atender aos pedidos de transparência nos casos de acidentes de trabalho.
Por causa dessa intransigência por parte dos negociadores das unidades instaladas em Três Passos e Seberi, ambas no Rio Grande do Sul, cerca de 4 mil trabalhadores dos dois turnos, paralisaram suas atividades. Uma unidade paralisou na manhã de terça-feira (24) e outra na quarta-feira (25). A adesão ao movimento foi de 100%.
O presidente da Federação dos Trabalhadores em Alimentação do Rio Grande do Sul, Paulo Madeira, diz que a JBS Suínos está há 10 anos sem oferecer reajuste real, e a maior reivindicação neste momento é um aumento de 1% acima da inflação, tanto no salário quanto no vale alimentação. Eles também querem que os trabalhadores da unidade de Três Passos tenham e transporte gratuito até a sede da empresa, da mesma forma que os trabalhadores da unidade de Seberi têm. Ao todo os trabalhadores têm 79 reivindicações.
“Se a JBS Suínos insistir na falta de diálogo nós vamos reivindicar que seja assinado o acordo coletivo de trabalho válido para todo o estado do Rio Grande do Sul. O problema é que algumas empresas têm acordos direitos com os trabalhadores e não precisam cumprir o acordo coletivo feito com as demais empresas”, conta Paulo Madeira.
Acidentes de trabalho
Madeira diz que é preocupante o fato de a empresa omitir os dados oficiais sobre acidentes de trabalho, que segundo ele, ocorrem com frequência.
“Nós queremos mais clareza na questão das comunicações dos acidentes de trabalho, que a empresa está omitindo muito. A semana passada morreu um rapaz imprensado no túnel de congelamento, em uma unidade de Caxias do Sul, então está tendo muito acidente aqui e eles não estão omitindo isso. Nem o MPT [Ministério Público do Trabalho} tem essas informações”, declara.