PUBLICADO EM 03 de fev de 2021

Metalúrgicos do ABC protestam contra fechamento de mais uma fábrica na região

Sindicato busca alternativas para preservar os 225 empregos da Nakata, que atua há 65 anos em Diadema e não vive crise

“Fábrica teve alta lucratividade, nunca falou em sair e descobrimos que há quatro anos se prepara para deixar a cidade”, diz Moisés Selerges, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos – Foto: Reprodução/Facebook SMABC

Os funcionários da Nakata Automotiva, em Diadema, região do ABC paulista, paralisaram a fábrica nesta terça-feira (2) e decidiram iniciar uma série de mobilizações em defesa dos empregos. Os protestos acontecem porque a direção da empresa anunciou o fechamento da unidade e a transferência para o município de Extrema (MG) até o final de março. A decisão surpreendeu os trabalhadores, uma vez que se trata de uma empresa em boas condições financeiras, que sempre comemorou o bom desempenho da unidade. Para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o anúncio feito pela fábrica, sem nenhuma tentativa de negociação prévia, foi uma “traição” aos empregados. A Nakata emprega 225 trabalhadores.

“Esta unidade sempre teve alta lucratividade, nunca falou em sair daqui e agora descobrimos que há quatro anos ela vem se organizando para deixar a cidade. Sem nenhum comunicado anterior aos trabalhadores e ao sindicato, nos chamou ontem com a decisão tomada”, ressaltou o secretário-geral da entidade, Moisés Selerges. Em reunião com representantes da empresa nesta segunda, o sindicato apresentou alternativas, mas não houve abertura de diálogo por parte do representante da fábrica. “Em nenhum momento ele abriu a possibilidade de negociar. O sentimento é que estamos sendo traídos há quatro anos, eles dão parabéns pela produtividade, falam que todos são uma família, mas estavam preparando a saída”, completou Moisés.

Total indignação
“Qual a sensação que fica para nós que recebíamos tapinhas nas costas e parabéns mês a mês porque a produtividade estava crescendo e agora recebemos uma notícia dessas? A sensação é de total indignação”, disse o funcionário da Nakata Leonardo da Silva Martins, o Cacique, coordenador do Comitê Sindical na empresa. O coordenador da Regional Diadema, Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, lembrou que a Nakata tem uma história de 65 anos na região. “É uma saída que vai afetar muitas vidas. Nós fomos traídos porque sabemos que essa fábrica tem lucro aqui e não é pouco.”

Moisés alerta que é preciso fazer uma discussão mais profunda sobre o que está acontecendo no Brasil. “É a política lá em Brasília, ou a falta dela, que decide o futuro aqui. Fábrica está parecendo barraca de feira, cada dia está num lugar e o governo só quer plantar soja, milho, derrubar árvore e matar índio. Temos que discutir isso”, afirmou o secretário-geral do sindicato.

Fonte: Rede Brasil Atual

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