PUBLICADO EM 27 de fev de 2024
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Metalúrgicos de São Leopoldo comemoram 80 anos de história

Comemoração dos 80 anos do Sindicato Metalúrgicos de São Leopoldo foi com jantar e homenagens aos trabalhadores que construíram essa história

Metalúrgicos de São Leopoldo comemoram 80 anos de história

Foto: Rogério Vieira / STIMMMESL

Uma história construída pelos Metalúrgicos de São Leopoldo ao longo de 80 anos de luta em defesa da categoria, completados no dia 12 de fevereiro.

E para comemorar, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMMESL), no Rio Grande do Sul, a entidade realizou um jantar na noite de sexta-feira (23).

A cerimônia foi no salão de festas do STIMMMESL e reuniu a direção atual, ex-dirigentes, autoridades e convidados, representantes de entidades parceiras.

A revista Oito Zero foi lançada durante a cerimônia e após o jantar, foi servido bolo e espumantes aos convidados que cantaram “Parabéns para você”, desejando vida longa ao Sindicato.

O ponto alto da comemoração foi a homenagem aos sócios mais antigos e ex-presidentes da entidade, uma forma simbólica de agradecer a todos que fazem parte e construíram essa história de oito décadas.

Representando as mulheres trabalhadoras, a diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região, Erenita Fernandes do Anjos falou da importância e da dificuldade que é trazer as mulheres para o Sindicato, tanto para o quadro associativo como para a direção.

“Continuaremos livres, vivas e com direitos. E para isso, ocupar os espaços é fundamental para nós, mulheres”, garantiu a metalúrgica da Gedore.

Ela salientou o aumento significativo da participação das trabalhadoras nesta gestão e o apoio e fortalecimento da Coletivo de Mulheres do Sindicato.

O presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS), Lírio Segalla, ponderou que não é qualquer entidade que pode comemorar 80 anos, ainda mais um sindicato histórico, militante e de luta.

“Por isso, é uma satisfação muito grande estar aqui hoje e reafirmar algumas coisas, pois temos uma grande tarefa com a sociedade. Não podemos abrir mão da política e precisamos sim, além dos direitos trabalhistas, debater pautas como o racismo e o machismo com a nossa categoria”, disse ele ao comparar o ambiente de trabalho com uma “mini sociedade.”

Destacando que sua fala se dirigia às novas gerações, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT) afirmou que “quando a gente não conhece a nossa história a gente não vai longe.”

Ele citou diversas pessoas que construíram o sindicato e lutas históricas no início do sindicalismo moderno.

“Foi isso que nos trouxe até aqui. A nossa cidade já era modelo e se até hoje, São Leopoldo é referência na metalurgia é por conta de homens e mulheres que deram a vida para isso, pois não teríamos as empresas que temos hoje no município”, garantiu Vanazzi.

Já o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, lembrou a importância dos trabalhadores metalúrgicos na construção do Brasil.

“Estamos falando de uma categoria que tem um presidente da República. E os metalúrgicos aqui da região sempre fazem escola, sabem fazer a roda do sindicalismo e da política girar, atuam em diversas entidades estaduais e nacionais.”

Amarildo contou que hoje, a indústria representa 1,2 do PIB mundial e que para aumentar esse número é reconstruir o setor industrial no Brasil, a classe trabalhadora é fundamental.

“Depende da gente, porque as elites não querem um país legal, querem um país que caiba no seu bolso”, concluiu.

O secretário-geral do governo municipal, Nelson Spolaor enfatizou o papel do Sindicato na Câmara Temática da Indústria de SL, que agrega trabalhadores, empresários e gestão pública.

“Uma iniciativa inédita que vem dando certo e crescendo cada vez mais. Por isso, estes 80 anos são importante, estamos falando de uma entidade que organiza os trabalhadores e que se destacou em diversos períodos conturbados da história que foram superados pela entidade”, disse ele.

Spolaor afirmou também que é através da junção de um estado de operários articulados com sindicato de classe que se vai em direção do desenvolvimento.

Ex-presidente do STIMMMESL e atual presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira sugeriu que o nome do salão de festas do Sindicato se torne “Salão da Democracia”, em homenagem a história da entidade.

“Os mais antigos que estão aqui sabem que esse local foi construído com o dinheiro da sede velha, ali no centro próximo à estação São Leopoldo, onde esse Sindicato enfrentou os piores anos do regime militar. Foi lá, que o ex-presidente, Adalbério Stumpf, chegou a ser preso” contou.

O dirigente ponderou sobre as diversas mudanças na sociedade e no mundo do trabalho, com o aumento da tecnologia, os novos dos hábitos dos jovens e do número, cada vez maior de mulheres nas fábricas e afirmou que “a democracia sempre será uma bandeira dos trabalhadores”.

Por fim, o presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi agradeceu a todos que passaram pelo Sindicato e que deixaram um pouco da sua história.

Ele destacou também a importância dos trabalhadores que atuam na entidade.

Valmir lembrou e lamentou a morte do metalúrgico Valmir Miguel, numa fábrica da base do Sindicato, no último dia 16 e disse que uma das funções das entidades sindicais é lutar para que acidentes e mortes em locais de trabalho deixem de existir.

“Trabalhadores e Sindicato precisam, cada vez mais, estar unidos. Assim como precisamos de prefeitos e governantes comprometidos com a classe trabalhadora. Tenho muito orgulho de ser presidente de um Sindicato forte e de luta que completa 80 anos. Viva os metalúrgicos e viva o nosso Sindicato,” declarou Valmir.

Homenagens

Um dos momentos mais emocionantes da cerimônia foi a homenagem prestada para algumas pessoas fundamentais para a história e atuação do STIMMMESL.

Eles receberam uma placa como agradecimento pela confiança e trabalho realizado junto ao Sindicato.

A trabalhadora da autopeças Schuck, Maria Loeci Santos, sócia desde 2000 e o metalúrgico aposentado Remy Evaristo Barcarolo, que se filiou ao STIMMMESL em 1974 foram homenageados por serem a sócia e o sócio mais antigos que seguem contribuindo com a entidade.

Entre os ex-presidente que receberam a homenagem estão o Luiz Roberto Momberger, o “Betão”, que foi o último presidente do Sindicato no período do regime militar, de 1981 a 1984.

José Ricci Vieira, o “Zé Vieira”, que conduziu o STIMMMESL de 1985 a 1988. Ambos não fazem mais parte do movimento sindical.

Dos ex-dirigentes do Sindicato que seguem atuando no sindicalismo foram homenageados o atual secretário de Finanças da FTM-RS, Milton Viário que esteve frente do STIMMMESL de 1988 a 1994 e Loricardo de Oliveira, que presidiu a entidade de 2003 a 2009.

O ex-presidente Jorge Edemar Côrrea, falecido em 2018, que conduziu a entidade de 2009 a 2015 foi homenageado “in memorian”.

O atual presidente, Valmir que está à frente do STIMMMESL desde 2015, também recebeu a placa de homenagem.

Antes da fala do Valmir, foi realizado um minuto de silêncio pelo falecimento do metalúrgico Valmir Miguel e do ex-dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, José Orlando Hernandez Ruiz conhecido como Chileno, ocorrido na madrugada do dia 23.

Revista Oito Zero

A cerimônia foi conduzida pelo secretário de Divulgação do STIMMMESL, Alexandre Rosa da Rocha, que apresentou a revista “Oito Zero” comemorativa ao aniversário.

A publicação de 12 páginas foi distribuída para os convidados e resgata um pouco dessa história construída por trabalhadores.

Ainda essa semana a revista estará disponível no site do Sindicato.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo (STIMMMESL)

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