PUBLICADO EM 28 de maio de 2020
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Metalúrgicos de São José dos Campos lançam campanha pela reestatização da Embraer

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos início, nesta quarta-feira (27), a uma campanha nacional pela reestatização da Embraer, durante ato virtual: “Uma Embraer para os brasileiros. Reestatização, Já!”, que foi transmitido pelo site do Sindicato e também no Facebook e Instagram da entidade.

O ato contou com a participação de diversas lideranças sindicais, políticas e personalidade que acompanham e defendem a reestatização da Embraer. “Um grande ato que marca o início de uma luta difícil pelos interesses dos trabalhadores da empresa e da soberania do País”, ressalta Luiz Carlos Prates, membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, destaca que com a desistência da Boeing a Embraer volta a ser um patrimônio nacional estratégico, foi uma importante vitória dos trabalhadores. “É grave o que o governo quer fazer com nosso patrimônio. A Embraer é nossa e esta luta não terminou”, ressalta Torres.

Vale destacar que a Força Sindical e a Federação dos Metalúrgicos de São Paulo estiveram em diversos momentos na linha de frente na luta contra a venda para a Boeing, principalmente assinando diversas ações judiciais contra a negociação com a Boeing para a venda da Embraer.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre lembrou que um dos temas mais importantes que a pandemia tem mostrado é de que o Brasil não pode abrir mão da sua indústria, lembrando que o País transferiu para a China toda a produção de equipamentos da área da saúde e agora neste momento de crise em razão do Covid-19 não tinha condições de produzir materiais para combater este vírus. “Um dos setores de alta tecnologia, um dos raros que o País tem é a Embraer que é estratégica para o País. Declaro todo o apoio da CUT pela reestatização da Embraer, para fortalecer a indústria nacional”.

Luiz Carlos Prates, o Mancha, diz que a reestatização da Embraer é necessária para fortalecer a soberania nacional e garantir empregos com direitos para os trabalhadores da empresa. “A Embraer é estratégica para o País e foi vendida para a Boeing a preço de banana numa operação criminosa e irresponsável que trouxe prejuízos incalculáveis à empresa e aos trabalhadores. Se os atuais acionistas e o governo Bolsonaro levarem adiante a ideia de vender a empresa implicará numa grande reestruturação da empresa com muitas demissões e redução de direitos”, alerta Mancha.

Adilson Araújo, presidente da CTB, diz que a soma da aprovação da emenda constitucional 95, que congelou os investimentos públicos por 20 anos, somada a reforma trabalhista regressiva e a terceirização generalizada e irrestrita e a concretização da reforma da Previdência dão a dimensão do tamanho do estrago. “O governo Bolsonaro e Paulo Guedes seguem obcecados em entregar o País ao imperialismo norte-americano, fazendo uma liquidação das empresas estratégicas de nosso País”.

Diversas lideranças políticas participaram do ato em apoio a reestatização, entre eles os os ex-candidatos à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) e Vera Lúcia (PSTU), os deputados federais Orlando Silva (PCdoB) e Sâmia Bomfim (PSOL) e o senador Paulo Paim (PT) a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Todos foram unânimes em suas falas: “A Embraer deve voltar às mãos dos seus verdeiros proprietários, toda a população brasileira”.

O economista Fausto Augusto Junir, diretor técnico do Dieese, destaca que a Embraer é resultado de décadas de investimentos de toda a sociedade brasileira e do suor dos trabalhadores brasileiros para realizarmos o sonho de uma indústria de aeronaves nacional. “É inadmissível imaginar que uma empresa como Embraer, que gera cerca de 22 mil empregos diretos e indiretos, pode deixar de existir em razão do jogo das grandes corporações. A sociedade brasileira deve se mobilizar urgentemente em defesa de uma empresa que é de todos nós”.

Gustavo Machado, integrante da coordenação do Ilaese, ressalta que há muitos anos a entidade faz um amplo estudo em parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos sobre a importância da Embraer e seu papel estratégico na economia brasileira. “Infelizmente os acionistas da empresa e o atual governo não reconhecem o importante papel da Embraer com sendo praticamente a única empresa do setor que possui saldo na balança comercial brasileira com o desenvolvimento de alta tecnologia no setor. Não é só uma empresa que apenas monta suas aeronaves, mas produz grande parte dos seus componentes”.

Veja a seguir a íntegra do ato virtual: “Uma Embraer para os brasileiros. Reestatização, Já!”:

https://www.facebook.com/sindmetalsjc/videos/709991412894142/?v=709991412894142

Manifesto
No final do ato foi apresentado o manifesto: “Uma Embraer para os brasileiros. Reestatização, já!”, com as principais razões pelas quais a Embraer deve ser novamente estatizada. Entidades de todo o país assinam o documento (confira o documento aqui).

“Retomar a Embraer como uma empresa estatal é essencial para a preservação de parte da soberania nacional e dos empregos. A defesa da reestatização sob controle dos trabalhadores é dever dos brasileiros “, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.

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