“Saúde do trabalhador em primeiro lugar sempre”. Essa foi a síntese do já tradicional e importante “Encontro de Cipeiros do SMC” realizado nesta terça(30) na sede central do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.
A atividade, transmitida pelo youtube.com/metaltvsmc, foi promovida pelo Departamento de Saúde e Segurança do SMC e contou com a participação de mais de 80 cipeiros de 30 empresas do setor metalúrgico.
O foco na integridade física e mental dos trabalhadores é o motivo da existência do departamento de saúde e segurança e que deve ser levado como premissa básica pelos que se candidatam a Comissão Interna de Prevenção e Acidentes (CIPA).
Para contextualizar de forma clara essa bandeira de luta foi apresentado aos participantes um breve histórico da ações do SMC por melhores condições de trabalho iniciado em 1988 no combate ao saturnismo, a contaminação por chumbo, diagnosticado em metalúrgicos de fábricas de baterias.
Uma história que o presidente do SMC, Sérgio Butka, fez questão de valorizar e ressaltar a importância de sua continuidade.
“Quem esquece o passado não conhecerá o caminho para o futuro”, frisou Butka na abertura do Encontro, que ainda ressaltou, “não podemos esquecer dessa história de luta do Sindicato referente as condições de trabalho. Cada vez mais o trabalhador é pressionado para produzir mais, acarretando doenças mentais, uma das principais relatadas no mundo do trabalho”.
Logo após o tema foi explanado via online por outra ótica, de certa forma regional, pelo auditor fiscal do trabalho de Minas Gerais, Drº Mario Parreiras de Faria, alertando sobre os casos de assédio moral e sexual no trabalho e também sobre a CIPA no setor de mineração, do qual atua em seu estado.
“Esse Encontro dos Cipeiros vem num momento importante. A CIPA passa ter agora um papel a mais que é combate ao assédio moral e a violência no trabalho conforme lei*. Essa nova atribuição dá mais reponsabilidades e lembrando que o assédio tem a ver com relações de poder desiguais, com essas assimetrias que temos no trabalho, onde na maiorias dos casos existe uma organização hierarquizada”, alertou Drº Mario.
Na sequência assessoria do SMC, representada pelo advogado Drº Wilmar Alvino Junior e pelo engenheiro de segurança do trabalho, Diego Gramm, falaram sobre a legislação que protege os trabalhadores e as dificuldades dos cipeiros no exercício de sua função.
Nos painéis da tarde os participantes tiveram a oportunidade de relatar e esclarecer dúvidas sobre o cotidiano em suas fábricas. Para isso as mesas contaram com a participação de cipeiros e técnicos de segurança do trabalho, ambas coordenadas por diretores da executiva do SMC. Nessa parte do Encontro as atenções ficaram voltadas para diagnósticos da CIPA, papel do cipeiro, atuação em conjunto e estratégias de enfrentamento dos problemas dos riscos e condições de ambiente de trabalho.
A atividade foi avaliada positivamente pelos cipeiros, principalmente no que se diz respeito a aplicação do que foi aprendido no chão de fábrica.
“Eu acho de tremenda importância essa troca de informações sobre o dia a dia no chão de fábrica para que a gente possa melhorar as nossas ações na prática em prol dos companheiros de trabalho”, ressaltou o metalúrgico cipeiro na Renault, Rodimar Matheus Oenig.
Gilson Mangueira, metalúrgico cipeiro na CNH também valorizou a atividade, “é um grande conhecimento adquirido aqui no SMC para aplicar a saúde no chão de fábrica, melhorando com a comunicação ideal para que o trabalhador entenda os riscos e perigos da nossa área”.
O Departamento de Saúde e Segurança do SMC também fez um balanço positivo do Encontro.
“Foi um momento de compartilhar informações, estratégias, ações e as experiências da CIPA em cada uma dessas empresas. Tivemos a fala de um grande auditor fiscal do trabalho mostrando esses resgate de uma ação mais progressista e eficaz do Ministério do Trabalho que nos últimos 4 anos onde a área de saúde e segurança do trabalho no Brasil se esfacelou”, analisou o médico do trabalho, Drº Zuher Handar.
O diretor do SMC e coordenador do Departamento de Saúde e Segurança, Osvaldo Silveira pontuou vários detalhes, entre eles a questão do assédio, “entre os temas de importâncias está o de reorganização das CIPAS até pelo fato de em 2022 ter uma mudança nas atribuições que cabe agora também discutir os assédios moral e sexual dentro das empresas. É preciso denunciar para fora da fábrica, Sindicato de trabalhadores, Ministério Público do Trabalho e Superintendência Regional do Trabalho e Emprego”.
Lei 14.457/2002
A Lei 14.457/2022 instituiu o Programa Emprega + Mulheres e trouxe diversas alterações à CLT visando assegurar um mercado mais inclusivo em relação a mulher e com o intuito de promover a prevenção e combate ao assédio sexual e a outras formas de violência no ambiente laboral.
Materiais de apoio do Departamento de Saúde e Segurança do SMC
O Sindicato disponibiliza através deste site vários materiais referentes a saúde e segurança do trabalhador. Para conferir clique AQUI.