Os trabalhadores da Sonaca, empresa do segmento aeronáutico localizada em São José dos Campos (SP) e parceira da Embraer, entraram em greve, na manhã desta terça-feira (16), contra mudança no plano de saúde imposta pela direção da empresa.
A paralisação, aprovada por unanimidade, é por tempo indeterminado.
Os metalúrgicos do setor aeronáutico, em geral, sofrem com baixos salários e péssimas condições de trabalho e, agora, essa mudança no plano de saúde. É uma grande contradição, já que produzem peças para aeronaves.
Mas o estopim para a greve desta terça foi a piora no plano de saúde. Sem negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e sem ouvir os operários, a fábrica impôs o pagamento de coparticipação, que faz com que o usuário pague uma taxa a cada consulta, exame ou outro procedimento médico.
“É uma vergonha a postura da Sonaca, que paga baixos salários e quer acabar com um direito adquirido reduzindo ainda mais o holerite dos trabalhadores no final do mês. Queremos o fim da coparticipação e a melhora no convênio, bem como nos salários e direitos. Seguimos fortes”, disse o diretor do Sindicato José Eduardo Gabriel, o Bob.
Para o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, a mobilização denuncia as péssimas condições enfrentadas pelos trabalhadores que fabricam peças para aviões na região.
“Com a liderança do Sindicato, os metalúrgicos da Sonaca vão à luta por seus direitos. É inconcebível que eles produzam aviões, cuja venda é financiada com milhões pelo governo brasileiro por meio do BNDES, recebam um salário de fome e ainda sofram ataques no plano de saúde. Vamos pra cima”, afirmou Weller.
Luto
A precarização imposta pela Sonaca teve um capítulo triste nesta segunda-feira (15). Um trabalhador teve de ser socorrido e levado ao hospital por um carro de aplicativo, porque a empresa cortou a ambulância que atendia os funcionários.
Infelizmente, o companheiro acabou falecendo por complicações da doença.
Ele foi homenageado pelos trabalhadores e pelo Sindicato.
A Sonaca emprega cerca de 800 trabalhadores.
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