Os mais de 8 mil funcionários da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, decidiram nesta terça (15) manter a paralisação iniciada ontem. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC cobra da montadora uma proposta de acordo coletivo que atenda às reivindicações de reajuste salarial, cláusulas sociais e PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados).
As negociações tiveram início em abril. Segundo Moisés Selerges, diretor administrativo do Sindicato e funcionário da Mercedes, alguns itens como o valor da PLR e a reposição salarial são motivos do impasse.
“A empresa não quer incorporar o reajuste aos salários. Insiste em querer pagar na forma de abono. Este é um dos principais pontos que estão emperrando as negociações. Queremos a reposição incorporada aos salários dos trabalhadores”, explica Moisés.
Em assembleia, trabalhadores da Mercedes aprovam paralisação
O dirigente disse à Agência Sindical que também há divergências em relação às cláusulas sociais. A empresa quer excluir itens considerados importantes, como a estabilidade ao trabalhador acidentado e a complementação salarial por até 120 dias de afastamento.
A inclusão no acordo coletivo de uma salvaguarda à reforma trabalhista é outro pleito. A ideia é garantir que a implantação de medidas previstas na nova legislação sejam precedidas de negociação com o Sindicato.
Moisés Selerges destaca ainda que a empresa pretende demitir trabalhadores do setor administrativo. “Num momento de retomada da produção, não podemos aceitar que trabalhadores sejam demitidos. Por isso, toda a empresa está parada”, comenta.
Antes de iniciar a greve, os trabalhadores realizaram uma série de mobilizações internas, como paralisações e passeatas pela fábrica.
Na manhã desta terça (15) o Sindicato realizou assembleia na porta da fábrica. Como não houve qualquer avanço nas negociações, a paralisação foi mantida. Amanhã haverá outra assembleia, às 7h30, em frente à portaria principal da empresa.