Os empresários se aproveitam da lei trabalhista de Temer para atacar direitos como a estabilidade do trabalhador que está prestes a se aposentar.
A Convenção estabelece que o metalúrgico com idade acima de 45 anos, com mais de dez anos de empresa, tem direito a 18 meses de estabilidade antes de se aposentar; já o trabalhador com mais de cinco anos de empresa tem direito a um ano. A contraproposta patronal é acabar com essa garantia.
Outra ameaça patronal é reduzir o auxílio-benefício (complemento salarial pós-afastamento) de 120 para 60 dias.
O presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT São Paulo, Luiz Carlos da Silva Dias (Luizão), disse à Agência Sindical que a entidade aceita debater mudanças na cláusula, que foi inserida quando só havia aposentadoria por tempo de contribuição. Porém, a categoria não admite que esse direito seja banido.
“Antigamente, o trabalhador do sexo masculino se aposentava com 35 anos de contribuição. Hoje, existem a regra 85/95, fator previdenciário entre outras modalidades. Isso dificulta a interpretação da cláusula e prejudica o trabalhador. Os patrões querem acabar com esse direito. Nós defendemos a adaptação aos dias de hoje”, diz o dirigente.
Luizão explica: “Quem está perto de se aposentar quer contribuir o máximo de tempo, pra receber um benefício melhor. Mas se for demitido e estiver na casa dos 40 ou 50 anos, a dificuldade para encontrar emprego é maior e ele será prejudicado”.
Campanha – Quinta (23), a FEM-CUT/SP volta a se reunir com o Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos). “Por enquanto estamos tratando das cláusulas sociais. Ainda não entramos nas econômicas. Mas, a todo o momento, e em todos os grupos, somos lembrados sobre a nova lei trabalhista e pressionados a mexer nos direitos”, destaca.
O primeiro item da pauta da Federação é manter as Convenções. A FEM-CUT representa cerca 194 mil metalúrgicos no Estado de SP.
Fonte: Agência Sindical