Resistência e luta pela garantia dos direitos conquistados e por emprego, a defesa do Sistema Único de Saúde público, a luta pela creche, pela educação pública, qualificação profissional e organização da juventude trabalhadora e contra o genocídio da população negra e Lei Anticrime, além do acesso ao local de trabalho e investimento na organização das CIPAs foram alguns dos eixos atualizados do Plano de Lutas da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) na Plenária Estatutária da entidade, na sexta-feira (15).
No último dia do encontro, que aconteceu entre os dias 13 e 15, foi debatido sobre o balanço das ações, apresentado dados econômicos e sociais sobre a categoria no último período e apresentação da Campanha sobre Trabalho Decente que a entidade lançará publicamente em breve, além do trabalho em grupo para construção coletiva da atualização das ações combativas d@s metalúrgic@s da CUT.
O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, o Paulão, encerrou os 3 dias de debates agradecendo os quase 200 delegados e delegadas que estiveram presentes durante a programação do encontro, parabenizou as ações da categoria no último período e fez uma homenagem às professoras e professores de todo país.
“Nunca é só mais uma plenária. A categoria está fazendo mais do que foi previsto no nosso planejamento no começo do mandato, mas as trabalhadoras e os trabalhadores não vacilam e está pandemia nos mostrou isso, porque literalmente colocamos a nossa vida em risco para defender as metalúrgicas e os metalúrgicos deste país”.
“Este é o espírito da CNM/CUT: combativa, com garra e resistência na luta por direitos, a vida do povo e por Lula Livre. Fizemos uma histórica jornada, porque não paramos nem um dia, mesmo com este vírus nos ameaçando. Eu me sinto recompensado de estar nesta direção e sou eternamente grato por cada professora e professora que nos ensinam todos os dias. Viva a ciência e Fora Bolsonaro. Estamos mais fortalecidos depois deste trabalho coletivo”, destacou o presidente.
A diretora da CNM/CUT, Simone Ribeiro Peixoto, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo (RS), falou representando as mulheres da entidade.
“Vamos executar este plano de lutas nas entidades e dizer em todo o canto do país que nós tivemos 30% de participação das mulheres nesta construção e a ideia é colocar cada vez mais, porque foi uma ótima atividade com a participação forte da categoria. Juntas e juntos somos muito mais fortes”, disse.
O secretário-geral da CNM/CUT disse que a entidade conseguiu realizar um representativo encontro e coletivamente ajustar com a realidade atual o seu plano de lutas.
“Tivemos uma participação muito forte da categoria, em relação a presença e nos debates. A gente debateu nosso plano olhando muito para o local de trabalho, as experiências das negociações coletivas neste período de pandemia e nas lutas gerais contra a precarização do trabalho”.
“Vamos continuar lutando por um trabalho valorizado e aumento da renda das pessoas e sempre focando na inclusão de mulheres, negros e jovens nas pautas dos sindicatos. Temos que pensar um modelo justo de inclusão para todas e todes. O que foi tirado como ação e bandeira da CNM/CUT será executada com a garra da categoria”, afirmou o dirigente.
Modelo Hibrido de certo
Loricardo também destacou a experiência hibrida, de forma presencial e online. Segundo o dirigente, este formato contribuiu muito com o sucesso da Plenária Estatutária da CNM/CUT.
“Teve muita participação e as pessoas se reuniram nos sindicatos e locais de trabalho para participar dos debates e o individual se tornou coletivo. Este é o nosso desafio na comunicação. Temos que construir coletivamente e o sistema hibrido funcionou bem. O desafio é grande, mas sempre saímos unificados destes encontros”, destacou.
Mapeamento do ramo metalúrgico
A economista da subseção do Dieese na CNM/CUT, Renata Filgueiras, apresentou dados sobre a saúde do trabalhador e da trabalhadora e ação sindical e contribuiu na discussão sobre o perfil e indicadores relacionados a categoria.
Renata começou sua participação na Plenária com o debate sobre a base dos metalúrgicos no Brasil e disse que o número de trabalhadores neste ramo aumentou, mas de maneira informal e intermitente. Ela também falou sobre a farsa da reforma trabalhista de Michel Temer, que só gerou trabalho precário e diminuiu direitos e salários.
Além disso, Renata também destacou o aumento da rotatividade. “A cada 100 trabalhadores, 26,4 foram substituídos num período de um ano”, complementou.
Renata também falou sobre as cláusulas negociadas, acidentes e greves da categoria no último período. Outro tema que a Renata destacou foi a importância de garantir em negociação coletiva o fortalecimento da CIPA como estratégia de trabalho sindical e na preservação da vida das trabalhadores e dos trabalhadores, além de várias outras reivindicações.
Acidente de trabalho
A economista também abordou os números de acidentes de trabalho do ramo metalúrgico e destacou a siderurgia como o maior segmento que concentra acidentes, além do automotivo e bens de capital.
Evolução das greves e negociação coletiva
Renata também mostrou números sobre as greves no país entre 2010 e 2020 e disse que além das paralisações terem caído no modo geral, o tema saúde perdeu espaço nas reivindicações. A economista destaca a importância da negociação coletiva.
“Coma o aprofundamento da crise estas pautas mais progressistas e não defensivas vão sendo abandonadas, caracterizando a crise para garantir o direito da vida. A negociação coletiva é de extrema importância para avançar na questão de saúde, mas também o acesso a informação e aproximação com o sindicato também são essenciais para adoção de medidas efetivas”, afirma.
Dignidade inteira e não pela metade
A CNM/CUT também lançou na Plenária a campanha “Dignidade Inteira e não pela Metade” em defesa do trabalho decente, um trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A campanha foi feita em parceria com a Industriall e será compartilhada com os companheiros e as companheiras da América Latina.[mais informações sobre a campanha em breve]
“A relação internacional é uma área com bastante aporte em solidariedade devido a nossa situação e estas ações internacionalistas são essenciais para gente avançar. A gente não vai resolver nossos problemas sozinhos. Viva a solidariedade da Industriall Global Union”, afirmou o secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Michel.
O foco da campanha são as mulheres, jovens, negros e negras e a população LGBTQI+ e os públicos são as trabalhadoras, os trabalhadores, patrões, sociedade e sindicatos.
“A base precisa perceber que os sindicatos estão conectados com esta realidade de trabalho decente e a gente precisa dialogar com todos estes públicos. Uma campanha que parte da confederação, mas tem sua capilaridade com os sindicatos. A CNM/CUT vai disponibilizar o conteúdo para os sindicatos e entidades filiadas. A luta é de todes nós”, afirmou o secretário de comunicação da CNM/CUT, Heraldo Silva.
Fonte: CNM-CUT