No último sábado, 8 de junho, Cesar Fine Torresi, de 77 anos, morreu depois de levar uma ‘voadora’ na frente do neto, de 11. O idoso caiu de costas no chão após o chute no peito, bateu a cabeça e sofreu um traumatismo craniano.
Uma violência gratuita em pleno mês de prevenção e de conscientização da violência contra a pessoa idosa. Mas a situação no Brasil ainda é trágica. Uma agressão que se repete diariamente com idosos em todo o Brasil.
Conscientização
No sábado, 15 de junho, foi o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, o que reforça a necessidade de estarmos sempre alertas para apoiar essa população que geralmente está fragilizada e sem condições de defesa.
Diante desta realidade, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi, que tem em seu DNA a luta com as agressões diárias vividas por essa população, atua para mudar esse quadro.
“Sempre tivemos atuação no acolhimento desses idosos e no combate à violência que sofrem”, lembra Milton Cavalo, presidente da entidade. “Mas vamos além, com um trabalho para aproximar as entidades de defesa dos direitos de aposentados e idosos nessa luta contra a violência dessa população”.
O presidente do Sindnapi lembra que entre janeiro e maio deste ano, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) registrou 74.239 denúncias de violências contra essa população.
“Foram quase 500 denúncias por dia, um aumento de 38% em relação ao mesmo período de 2023. Mas ainda está distante da realidade. O problema é muito maior pois muitos idosos sentem-se constrangidos pois o problema, muitas vezes, está dentro de casa.”
Na sexta-feira (14), Milton Cavalo participou da I Conferência Sobre Pessoa Idosa Trabalhadora: Envelhecer Saudável e Trabalhar com Dignidade no painel Trabalho Digno, juntamente com Ana Amélia Camarano pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Maria Aparecida Gurgel subprocuradora-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), para falar sobre a luta do sindicato contra o etarismo, uma forma de violência que muitas vezes não é tão clara, principalmente em ambiente do trabalho.
O encontro, realizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), através do Planeje-Se (Programa de Planejamento de Vida e de Preparação para o Envelhecimento Ativo e para a Conquista da Aposentadoria), reuniu especialistas que discutiram assuntos como envelhecimento saudável, direitos da pessoa idosa, saúde mental e trabalho digno.
Também participaram dos debates o médico gerontólogo Alexandre Kalache, o promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Ceará Alexandre Alcântara, a médica geriátrica e doutora em Ciências da Saúde Karla Giacomin, a Assistente Social da Diretoria de Assistência Integral à Saúde da PGT, Tânia Cristina Nascimento Silva e o subprocurador-geral do Trabalho e coordenador de órgão Interveniente do MPT, Luiz da Silva Flores.
“Nos próximos dias também teremos atividades com foco na conscientização da violência contra o idoso nos estados”, lembra Milton Cavalo. “Nosso objetivo é fazer com que a população tenha consciência de que a violência contra a pessoa idosa é um problema grave e complexo e que precisamos ter um enfrentamento da violência contra o idoso de forma efetiva”, afirma Milton Cavalo.
Leia mais: SIEMACO-SP lidera mobilização na Semana Internacional da Justiça