Ao falarmos sobre a indústria da tecnologia e os profissionais que a compõem, algumas pautas sempre vêm à tona: as flutuações do mercado, as hard e soft skills mais importantes para quem trabalha na área, ou mesmo o desenvolvimento de novas ferramentas e softwares que causarão impacto nas instituições e na sociedade.
No entanto, um tema essencial passa muitas vezes batido: diversidade e inclusão.
Uma pesquisa realizada pela LANDtech e o IT Forum aponta que o mercado de tecnologia está longe de apresentar um cenário diverso e representativo entre seus profissionais.
O levantamento “Diversidade e futuro do trabalho no mercado tech” revela que dos profissionais que atuam no setor de TI e Digital, 81% homens e apenas 17% são mulheres. O total de homens e mulheres cisgêneros totalizam 94%.
A diversidade de raça também se mostra um desafio a ser superado. Apenas 7% dos trabalhadores se declaram pretos e 11% como pardos.
Além disso, apenas 6% dos entrevistados se identificaram como Pessoas Com Deficiência (PCD), revelando uma significativa disparidade em relação à população em geral.
Sobre a postura das empresas em relação à esta questão, 88% afirmam que suas organizações promovem ações e iniciativas voltadas para a diversidade e inclusão.
Já os profissionais que as empresas estão de fato interessadas em promover um ambiente mais diverso e inclusivo são 59%, enquanto 39% acreditam que as organizações estão parcialmente interessadas.
Outro dado importante revelado pela pesquisa é que 78% dos entrevistados consideram que ter um quadro de profissionais diversos em suas empresas é benéfico tanto para a empresa quanto para os colaboradores.
O levantamento conclui que a área de Tecnologia da Informação continua a se destacar como uma das mais desafiadoras quando se trata de recrutar e contratar profissionais que representem uma diversidade mais ampla.
De acordo com a pesquisa, a indústria de TI enfrenta dificuldades em promover a inclusão de grupos minorizados.
Sindpd-SP atento à inclusão
No dia 16 de novembro, o Sindpd-SP aprovou a pauta de reivindicações da Campanha Salarial de 2024 em assembleia realizada com mais de 8 mil trabalhadores de TI de São Paulo.
O documento mostra que o sindicato está às questões de inclusão e diversidade, com cláusulas que tratam do combate ao assédio e à garantia de equidade de gênero e raça.
(Veja a pauta completa clicando aqui)
A cláusula 39ª trata do combate à discriminação e em seu 1º parágrafo, define que:
“as partes convencionam que será adotada uma política rigorosa de prevenção, coibição/repressão à ocorrência de assédio moral/assédio sexual nos locais de trabalho, por meio de regulamentação e procedimentos adequados”.
A equidade de gênero e raça também é tratada na cláusula 35ª da pauta.
“Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, corresponderá igual salário, sem distinção de identidade de gênero, raça, etnia, nacionalidade, orientação sexual, religião ou idade”.
Na hipótese de discriminação por motivo de identidade de gênero, raça, etnia, nacionalidade, orientação sexual, religião, idade ou por motivo de deficiência, o pagamento das diferenças salariais devidas ao empregado discriminado não afasta seu direito de ação de indenização por danos morais, consideradas as especificidades do caso concreto.
Em respeito à diversidade, a pauta prevê que benefícios e direitos da Convenção Coletiva de Trabalho aplicáveis aos cônjuges dos empregados abrangem os casos em que a união decorra de relação homoafetiva estável.
Além disso, o trabalhador ou trabalhadora poderá solicitar, a qualquer tempo, a utilização do nome social na identidade funcional da empresa, bem como no endereço eletrônico.
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