PUBLICADO EM 19 de jul de 2022
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Mentiras sobre eleições e ameaça de golpe: instituições reagem a Bolsonaro

Bolsonaro usou reunião com embaixadores e TV pública para ameaçar a democracia do país. Parlamentares e advogados estão entre os primeiros a reagir

Parlamentares vão representar contra Bolsonaro no TSE e no STF contra falas golpistas a embaixadores – Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

O início da reação contra o presidente Jair Bolsonaro, por conta das mentiras disseminadas sobre o sistema eleitoral brasileiro em reunião com embaixadores estrangeiros nesta segunda-feira (18) foram imediatas. Medidas tomadas pela oposição ao governo no Congresso Nacional e pelo grupo de advogados Prerrogativas estão entre as primeiras. A reunião, transmitida ao vivo pela TV Brasil, uma emissora pública, foi usada por Bolsonaro para repetir teorias conspiratórias e fake news já várias vezes desmentidas sobre fraude nas urnas, ameaçar a realização das eleições deste ano e atacar ministros do STF e do TSE.

Os parlamentares vão entrar com ações em tribunais. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é um dos que anunciou representação contra Bolsonaro ao TSE apontando propaganda eleitoral irregular e solicitando a condenação do PL, obrigando o partido do presidente a desmentir “os termos das declarações do seu candidato em TVs públicas”.

Por sua vez, o líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Alencar Santana Braga (PT-SP), anunciou que os partidos de oposição denunciarão Bolsonaro por desacreditar o sistema eleitoral e ainda utilizar uma TV pública para divulgar as mentiras. Esta representação deverá ser encaminhada ao STF, segundo reportagem da Fórum.

Bolsonaro inelegível?
Se acatada a denúncia de que Bolsonaro utilizou uma emissora pública para disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ser processado por crime eleitoral e pode vir a ser cassado, caso se reeleja, ou mesmo ficar inelegível.

A avaliação é de Renato Ribeiro de Almeida, advogado especializado em direito eleitoral, à Fórum. “Há a possibilidade (na reunião de Bolsonaro com embaixadores) de abuso dos meios de comunicação social. Se assemelha ao caso do (ex-deputado estadual) Fernando Francischini, que foi cassado pela Justiça Eleitoral e perdeu o mandato devido a condutas de disseminação de fake news por meio das redes sociais”, diz o advogado.

“Atitudes enérgicas”
Outra reação ao avanço da ameaça golpista de Bolsonaro na tarde de hoje, veio do grupo de advogados Prerrogativas, que emitiu nota na qual trata a reunião do presidente com embaixadores como “da mais alta gravidade”.

O coletivo conclama a Procuradoria-Geral da República e os demais Poderes a não se calarem. “Uma futura e eventual ofensa golpista à Lei de Defesa da Democracia, que introduziu como crimes a tentativa de golpe de Estado e a pregação de violência política, será duramente repreendida pelos democratas do nosso país. E para tanto, a PGR e os demais Poderes da República não devem mais se calar ante tantos e tão graves ilícitos praticados pelo presidente”, afirmam os advogados.

O Prerrogativas destaca que a defesa do Estado democrático de direito “exige atitudes enérgicas” e, caso as demais instituições não ajam, estarão participando diretamente da “trama ilícita e no lodaçal golpista de traição à pátria e à Constituição”.

Leia a nota na íntegra:

Bolsonaro, de forma recorrente, vem promovendo ataques ao STF e à Justiça Eleitoral com vistas a desacreditar os resultados das próximas eleições perante à opinião pública e à comunidade internacional.

Usando abusiva e ilicitamente das prerrogativas de Chefe de Estado, e já na condição de candidato à reeleição , Bolsonaro procura justificar internacionalmente sua intenção de fragilizar nosso processo eleitoral com claros intentos golpistas.

À luz do dia, comete mais um claro e inequívoco crime de responsabilidade ao atentar contra o funcionamento dos demais poderes de Estado e contra a livre execução da lei eleitoral.

Acuado por pesquisas dos mais variados institutos, Bolsonaro busca formas de destruir nossa democracia e de permanecer autoritariamente no poder.

Hoje é um dia de alta gravidade para o Estado brasileiro, e não devemos ter meias palavras.

Resistiremos.

Uma futura e eventual ofensa golpista à Lei de defesa da democracia, que introduziu como crimes a tentativa de golpe de Estado e a pregação de violência política, será duramente repreendida pelos democratas do nosso país.

E para tanto, a PGR e os demais poderes da República não devem mais se calar ante tantos e tão graves ilícitos praticados pelo Presidente.

Se não agirem, também estarão ingressando como participes na trama ilícita e no lodaçal golpista de traição à Pátria e à Constituição.

A defesa do Estado Democrático de Direito exige atitudes enérgicas.

Não podemos permitir, por fim, que Bolsonaro utilize novamente a velha e surrada tática diversionista de criar novos factóides para fugir de suas responsabilidades pela miséria e pela pobreza que voltaram a assolar milhares de famílias brasileiras, assim como também não permitiremos que fuja de suas responsabilidades pelo clima de ódio em que mergulhou nossa nação .

Não nos acobertaremos na conveniência do silêncio, e não nos omitiremos frente às responsabilidades que a grave situação do país nos impõe.

Com Revista Fórum e Folha de S.Paulo

Fonte: Rede Brasil Atual

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  • Cecília

    Ele que prove sobre as urnas eleitorais, só fica insinuando asneiras.
    Se teve fraude e golpe foi na eleição dele, não tem respeito nem com o eleitor que votou nele.
    JÁ BASTA.

QUENTINHAS