O jornal diz que, de acordo com levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apenas 49,4% das negociações realizadas em 2019 entre patrões e empregados resultou em reajustes de salários com ganho superior à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em 2018, 75,5% das negociações conquistaram aumento real, segundo levantamento da Fipe.
Para o coordenador do boletim Salariômetro, da Fipe, Hélio Zylberstajn, as perspectivas para as negociações salariais em 2020 são pouco animadoras. “No geral, deve ser tão difícil quanto o ano passado, pelo menos.”
Os dados são semelhantes ao do levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) (LINK), que aponta que 49,9% das negociações conquistaram aumento real no ano passado. No boletim “Cadernos de Negociação”, o Dieese ressalta que “mesmo com inflação baixa, apenas metade dos reajustes resultou em ganhos reais.
Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, os dados de ambas entidades confirmam o acerto da estratégia de negociação do Comando Nacional dos Bancários que, ainda em 2018, firmou uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que garantiu a manutenção dos direitos da categoria até 31 de agosto de 2020 e o reajuste com aumento real nos salários e demais cláusulas econômicas da convenção de 1%, bem acima da média dos aumentos reais que, segundo o Dieese, ficou em 0,2%.
“Não fosse a estratégia do Comando Nacional dos Bancários, o aumento real e muitos direitos estariam em risco já em 2019”, disse. “Neste ano teremos que manter a mobilização e a união da categoria para obtermos sucesso em nossas negociações”, completou Juvandia, que, além de presidente da Contraf-CUT, é uma das coordenadoras do Comando Nacional da categoria.
Juvandia disse ainda que a queda dos salários e de direitos tem a ver com a política econômica neoliberal adota pelo governo, que coloca os interesses do mercado em primeiro lugar. “Mas os bancários vão lutar por aumento real e direitos como sempre fizemos”, concluiu.
Fonte: Contraf-CUT