PUBLICADO EM 11 de jun de 2021
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Média de mortes de jornalistas por Covid aumenta 277% e Fenaj luta por vacinação

Na noite desta quarta-feira, 9 de junho, Dia Nacional de Luta pela vacinação de profissionais da imprensa, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) realizou uma live para apresentar à categoria as diversas ações que a entidade e os 31 sindicatos filiados têm se dedicado para garantir a proteção e segurança dos jornalistas na cobertura da pandemia.

A presidenta da FENAJ, Maria José Braga, anunciou que a Federação e o Sindicato dos Jornalistas da Bahia entraram com uma Ação Civil Pública na Justiça Federal, contra a União, pedindo a revisão do Plano Nacional de Imunização (PNI) para incluir os profissionais jornalistas.

Braga também relembrou que durante todo o dia foram realizadas mobilizações presenciais em diversas cidades do país, e também nas redes sociais, com participação dos jornalistas, na luta pela vacina, e que a defesa da inclusão dos profissionais de imprensa nos grupos prioritários do PNI é necessária devido ao risco e à exposição que os jornalistas estão submetidos na cobertura da pandemia.

Para mensurar a gravidade dos riscos, Norian Segatto, diretor do Departamento de Saúde e Segurança da FENAJ, divulga a cada trimestre novos dados do Dossiê de Jornalistas Vitimados pela COVID, elaborado a partir de acompanhamento de casos pelos Sindicatos e por veiculação de informações nos sites sobre mortes de jornalistas.

Neste Dia de Luta pela vacina, o diretor lembrou que o trabalho é importante e emocionalmente difícil. “Se a gente sabe a real condição da pandemia no país é pelo trabalho dos jornalistas, que têm rosto, uma vida, família”, disse.

Em 2021, até 2 de junho, foram registradas 155 mortes de jornalistas por COVID, num período de 153 dias, representando um aumento de 277% na média mensal de mortes no comparativo com o ano de 2020.

Novos dados do dossiê

(atualização em 2 de junho de 2021)

Número de mortes: 80 em 2020 / 155 em 2021
Mês com maior número de casos: março de 2021 (51 mortes)
Estados com maior número de mortes (somam 37,8% das ocorrências):

SP: 27
RJ: 24
PA: 19
AM: 17

A média de idade com maior incidência é entre 51 e 70 anos (50,4%)
10,8% das vítimas são mulheres, mas a média de idade cai quase 10 anos com relação aos homens.

Projeto de lei tramita na Câmara

O deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT/MS) esteve presente no evento da FENAJ para apresentar o patamar da tramitação do Projeto de Lei de sua autoria que propõe a inclusão de profissionais da imprensa no Plano Nacional de Imunização (PNI).

Ele registrou que o PL está tramitando na Comissão de Seguridade Social e que é preciso intensificar a pressão nos estados junto aos deputados que fazem parte desta comissão, para que o projeto de lei seja liberado para votação em plenário. Nogueira afirmou que diversos parlamentares assinaram pela co-autoria ao PL e que ele tem certeza que quando chegar ao plenário a proposta é aprovada, por acreditar na importância do trabalho da imprensa na pandemia.

O deputado reforçou que com o governo negacionista deixando de coordenar as ações na pandemia, com o presidente dando péssimo exemplo nas ruas, fomentando aglomerações e não respeitando medidas sanitárias como o uso de máscara, coube aos jornalistas informar e orientar a população. “A imprensa está cumprindo o papel de fornecer dados sobre a pandemia para a sociedade, porque o governo até hoje não tem o comando da organização da pandemia”, disse.

Nogueira também reafirmou seu apoio à luta dos jornalistas pela vacina e falou da importância do trabalho da imprensa na linha de frente denunciando desrespeitos aos protocolos. Ele conta que perdeu amigos jornalistas que atuavam na linha de frente e que o papel que ele está exercendo não é somente o de defender a vida dos jornalistas, mas de defender o país, pois os jornalistas orientam a população na pandemia, até mesmo sobre o uso de máscara.

A luta do Sindicato na Bahia, o primeiro estado a vacinar jornalistas

O presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia, Moacy Neves, falou sobre as ações que levaram o Sindicato à conquista da vacina para os jornalistas. Ele disse que os argumentos para a articulação foram elaborados a partir do dossiê de vítimas e dos debates nacionais junto a outros sindicatos organizados pela FENAJ, em que se consolidou o entendimento da importância dos jornalistas serem vacinados.

Neves relatou que o principal enfrentamento ocorreu logo depois da conquista da vacina, pois na manhã seguinte o Ministério Público Federal tentou inviabilizar a vacinação de jornalistas e o MP estadual entrou com mandado de segurança, negado pelo Tribunal de Justiça, para impedir a vacina aos jornalistas. Ele explicou que ainda tramita no STF uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, e que a FENAJ e o Sindicato entraram com recurso como amicus cure para ter acesso ao processo. Ele acredita que a decisão dessa ação terá reflexo em todos os estados do país.

Vacinação de jornalistas pelo país

Os jornalistas da Bahia continuam sendo vacinados e a vacinação também já ocorre no Maranhão, Mato Grosso e na cidade de Teresina.

A presidenta da FENAJ, Maria José Braga, convidou a categoria a aderir ao abaixo-assinado pela vacinação disponível no site, que será enviado ao Ministério da Saúde, agradeceu o reconhecimento público, destacando que os jornalistas estão a serviço da sociedade e exercem papel preponderante, afirmando que se não fosse o trabalho dos jornalistas a situação do país estaria pior, mencionando a formalização do consórcio de veículos de imprensa para monitorar os números de positivados pela doença, de mortes, de casos recuperados, e agora, da vacinação da população.

Fonte: Fenaj

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