PUBLICADO EM 02 de dez de 2020
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MEC determina volta às aulas presenciais em universidades federais a partir de janeiro

Portaria ministerial, publicada em meio a aumento no número de casos de covid-19 no Brasil, recebe críticas por parte de especialistas

Portaria do MEC determina retorno em pleno aumento no número de casos de covid-19 – Foto: Marcelo Camargo/EBC

O Ministério da Educação (MEC), por meio de uma portaria publicada nesta quarta-feira (2) no Diário Oficial da União, determinou o retorno às aulas presenciais em instituições de ensino federais a partir de 4 de janeiro. O documento estabelece que deve ser adotado um “protocolo de biossegurança” pelas unidades de ensino.

A medida tem recebido críticas por parte de especialistas da área de educação. “Além de atropelar instituições de ensino superior que passaram meses inventando formas de continuar funcionando e combatendo a pandemia, a portaria subordina a continuidade do ensino remoto nas instituições às determinações das autoridades locais sobre aulas presenciais”, aponta o cientista, educador e professor da Universidade Federal do ABC Fernando Cássio, em seu perfil no Twitter.

“O MEC mandou abrir e jogou no colo das prefeituras a responsabilidade de condicionar a abertura. Agora cabe às universidades e institutos federais lutarem para preservar a própria autonomia. Se as escolas recusaram, as IFES deveriam fazer o mesmo”, pontua Cássio.

Também na rede social, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, se manifestou de forma contrária à determinação. “Não há possibilidade de retorno de aulas presenciais nas universidades sem um plano de transição. Em um campus circulam milhares de pessoas advindas de dezenas de regiões e municípios, cotidianamente, suscetíveis à contaminação”, observa.

“Diferente de outras atividades, em especial as econômicas, as universidades têm conseguido manter algum nível de funcionamento, ainda que defasado, mas não pararam suas atividades. Por isso é irresponsável e equivocada a posição do MEC ao publicar essa portaria!”, finaliza o presidente da UNE.

Aumento de casos de covid-19 no Brasil
A portaria é publicada em um momento no qual o país vive um aumento no número de casos de covid-19. Foram quase 51 mil casos registrados da doença no último período de 24 horas, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Conass. No estado de São Paulo, são 10.114 pessoas internadas para tratamento da covid-19, o maior número desde 17 de setembro, quando havia 10.222 pessoas internadas, sendo 5.951 em enfermaria e 4.271 em UTI.

“Enquanto Reino Unido já se prepara para vacinação contra COVID-19,no Brasil, em que nem testes foram distribuídos para o povo, o MEC baixa decreto de retorno às aulas nas universidades atacando a autonomia universitária e ignorando a 2ª onda da pandemia! Baita irresponsabilidade!”, diz a deputada federal Fernanda Melchionna (Psol-RS).

“O governo Bolsonaro faz vista grossa para a alta da média móvel de casos, que subiu 35% em duas semanas. Enquanto isso, testes comprados com o seu dinheiro continuam vencendo em um galpão”, critica o deputado federal José Guimarães (PT-CE).

Fonte: Rede Brasil Atual

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