Mesmo após Jair Bolsonaro ter reconhecido sua derrota para Luiz Inácio Lua da Silva, o feriado de Finados foi marcado por atos antidemocráticos em diversas cidades, entre elas Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Os manifestantes protestavam contra o resultado da eleição para a Presidência da República. Eles pediam intervenção federal.
No Rio de Janeiro, as manifestações começaram no início da manhã, em frente ao Comando Militar do Leste (CML), sede regional do Exército, no centro. Vestidas de verde e amarelo, carregando bandeiras do Brasil e cartazes, as pessoas ocuparam toda a frente do prédio do CML e a maior parte da Avenida Presidente Vargas. Os militares formaram um cordão de isolamento em frente ao portão principal do CML.
Em São Paulo, o ponto de encontro foi em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Parque do Ibirapuera, na zona sul paulistana. A Polícia Militar informou que monitora o local com reforço e desvio do trânsito no entorno.
Em Brasília, o ato ocorre em frente ao Quartel-General do Exército, no SMU (Setor Militar Urbano). As pessoas começaram a chegar na noite de ontem (1º ). A Polícia Militar disse que deve divulgar um boletim sobre as ocorrências por volta das 19h.
Organização criminosa, diz procurador geral de São Paulo
‘Estamos diante de uma verdadeira organização criminosa’, afirma o procurador-geral de Justiça de SP sobre bloqueios de bolsonaristas. Grupos que não aceitam o resultado das eleições bloquearam diversas rodovias, de forma ilegal, em todos os estados brasileiros. Mario Sarrubbo afirmou também que investigações preliminares apontam que os atos antidemocráticos estariam sendo financiados por empresários.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, classificou como “organização criminosa” os responsáveis pelos bloqueios bolsonaristas que estão sendo realizados nas rodovias do estado de São Paulo.
Sarrubbo afirmou ainda que investigações preliminares apontam que empresários estariam financiando os atos antidemocráticos.
“Estamos trabalhando para esclarecer aqueles que estão por trás dessa organização criminosa que de fato tem fomentado a prática de vários crimes, como por exemplo apologia ao crime, incitação ao crime”, afirmou Sarrubbo em entrevista à GloboNews.
“Estamos em estado de alerta desde segunda-feira a tarde, quando foi formado um gabinete de crise junto com o governo do estado, polícia militar, polícia civil. Formamos um núcleo de ação integrada no Ministério Público de São Paulo envolvendo o Gaeco e a promotoria de habitação e tutela coletiva e agora estamos trazendo também o MPF. Conversei hoje [quarta] com o Augusto Aras [Procurador-Geral da República]”, completou.
O procurador também citou o episódio em que bolsonaristas colocaram crianças na Rodovia Castello Branco, na terça-feira (1).
“Utilizaram de menores para tratar desse tipo de situação, que foram colocados praticamente como escudos para impedir a ação da polícia militar, isso gera uma consequência no campo criminal para os pais e responsáveis e no campo administrativo no estatuto da criança e do adolescente”.
Fonte: Com Agência Brasil e G1