Em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (19), mais de 25 mil servidores reunidos em ato em frente à Câmara Municipal de São Paulo aprovaram por maioria a manutenção da greve por tempo indeterminado. O objetivo dos trabalhadores é barrar o projeto (PLO 7/2021) que institui o Sampaprev2. Os servidores devem voltar à Câmara nesta quarta (20), a partir das 14h, para novo protesto contra o projeto, que aguarda a segunda votação. A assembleia decidiu, ainda, realizar ato unificado em 28 de outubro, Dia do Servidor Público, contra a “reforma” administrativa (Proposta de Emenda à Constituição 32) e pelo Fora Bolsonaro.
Desde a última sexta-feira (15) os trabalhadores paralisaram as atividades contra o projeto de reforma da previdência. Encaminhado à Câmara pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), o texto foi aprovado em primeira votação no dia 14.
Segundo o vice-presidente do sindicato dos servidores (Sindsep), João Gabriel Buonavita, os servidores estão revoltados com a “tratoragem” do governo Nunes, liderada pelo presidente da Câmara, Milton Leite (DEM). “Tentam a todo custo impedir debates que possam apontar que as medidas apresentadas vão impactar a vida dos servidores e criar novos problemas para a cidade e para a população de São Paulo.”
Audiências públicas
Os servidores querem audiências públicas sobre o tema. O Sampaprev2 aplica as regras da “reforma” da Previdência, aprovada pela União em 2019, ao Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos (RPPS).
De acordo com o Sindsep, o projeto de Ricardo Nunes aumenta para 14% a alíquota de desconto sobre salários de servidores, aposentadorias e pensões. Além disso, retira outros direitos dos trabalhadores municipais. João Gabriel relata que os servidores adoecidos, por exemplo, perderão suas férias.
Ainda segundo ele, os salários de cargos políticos, os comissionados, serão duplicados. “Uma série de medidas que vão impactar o serviço público. Estamos aqui para defender os direitos dos servidores, da população, do serviço público de qualidade para todos”, ressalta o vice-presidente do Sindsep.
Com a greve e a mobilização, os servidores querem pressionar o Legislativo paulistano e reverter os votos favoráveis ao Sampaprev 2. A segunda votação na Câmara dos Vereadores deve ocorrer em meados de novembro. Se for novamente aprovado, o projeto seguirá para sanção do prefeito.
Fonte: Redação RBA