PUBLICADO EM 14 de jul de 2022
COMPARTILHAR COM:

Livro dos 100 anos do SMC é lançado na UFPR

A importância da luta dos metalúrgicos da Grande Curitiba por melhores condições de trabalho, salário, democracia e por uma sociedade mais justa foi ressaltada nesta terca-feira(12) na UFPR.

Foi lançado no auditório da Reitoria pelo Departamento de História em conjunto com o SMC o livro livro “100 anos de Lutas – Histórias do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba”

A obra já tinha sido lançada no dia 1 de maio no Metal Clube de Campo (São José dos Pinhais) e agora ganha força no meio acadêmico com o lançamento na UFPR.

Participaram coordenadores da graduação de História, alunos, diretores e importantes personagens que passaram pela entidade sindical.

A plateia presencial e online teve a oportunidade de conhecer um pouco da metodologia de trabalho da equipe de pesquisa, desde a verificação de documentos históricos, jornais, charges, empoderamento feminino, campeonato de futebol, até às entrevistas com diretores e assessores do SMC.

O evento finalizou com a participação de diretores e assessores do SMC que passaram um pouco do cotidiano do movimento sindical.

Livro “100 anos de Lutas – Histórias do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba” conta a história secular de lutas do Sindicato em favor dos trabalhadores e do Brasil

“Em 1988, as mulheres eram a maioria da mão de obra na ALPS do Brasil, empresa metalúrgica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Boa parte delas menores de idade. Eram submetidas a todo tipo de violência, até assédio sexual. Só tinha direito de usar o banheiro as trabalhadoras que estivessem menstruadas. Eram obrigadas a usarem uma fita vermelha para terem acesso. “Certa vez uma trabalhadora pediu para ir para casa, não estava passando bem, mas a chefia não permitiu. Ela decidiu ir embora assim mesmo. Como não abriram o portão, resolveu pular a cerca da empresa. Sem medir consequências, o segurança simplesmente sacou a arma e atirou na jovem pelas costas. Graças a Deus o tiro pegou de raspão”, conta Diva Silva, diretora do Departamento da Mulher do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Após o caso, rapidamente várias diretoras do Sindicato e funcionárias da Cid Informática, apanharam alguns jornais da entidade e foram para a porta da Alps para mostrar para as trabalhadoras que aquele fato não ficaria impune. “Chegamos lá bem na hora da saída delas. Fomos entregando material e conversando sobre a situação. Estávamos com um carro de som pequeno e a Ângela pegou o microfone e começou a falar. Ela falava bonito. Todo mundo ouvia. A direção da Alps nos ameaçou. Mandou um guincho retirar o nosso carro de som. Foi aí que aconteceu uma coisa linda. As trabalhadoras deram as mãos e cercaram o carro de som do Sindicato para nos proteger. Não conseguiram guinchar”, conta. “Depois daquela demonstração de força, tudo mudou na empresa. As trabalhadoras organizadas conquistaram o respeito. Até o assédio sexual acabou”, diz Diva.

Essa é uma das várias histórias de lutas por melhores condições de trabalho que são contadas no livro “100 Anos de Lutas – Histórias do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba”, que foi lançado pelo Sindicato neste 1º de Maio – Dia do Trabalhador. Através de narrativas das lutas do dia a dia a descrita acima, o livro conta a história secular do Sindicato, que completou 100 anos em 2020. Realizado em parceria com o Departamento de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e organizado pelo assessor sindical, Paulo Pedron, e pelos historiadores e pesquisadores Rafael Faraco Benthien e Rosana Kaminski, livro está sendo lançado pela Editora Intermeios – Casa de Artes e Livros.

Através do livro, com histórias contadas por diretores, ex-diretores e funcionários, e com intensa pesquisa realizada nos arquivos do Sindicato e demais órgãos públicos e privados, será possível conferir a origem do Sindicato, criado em 1.920 ainda com o nome de Liga Internacional dos Fundidores do Paraná, pelos trabalhadores da então Fundição Muller, onde hoje é o atual Shopping Muller; como o Sindicato teve um representante eleito para participar da Assembleia Constituinte de 1.934, na então capital do país, o Rio de Janeiro, e que entre outros criou a Justiça do Trabalho; sobre as lutas travadas nos anos 80 e 90 por melhores condições de trabalho e salário; relata a importância do Departamento de Comunicação do Sindicato na mobilização dos trabalhadores; A formação e atuação dos Departamentos da Saúde, da Mulher e dos Aposentados; As conquistas dos grandes acordo salariais e de Participação nos Lucros e Resultados dos anos 2000 e que acabaram fazendo do SMC uma referência nacional e internacional na luta trabalhista; e sobre como o SMC se tornou um dos grandes Sindicatos do Brasil sob a liderança do atual presidente, Sérgio Butka.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS