Do total de 209 infratores, a lista atualizada tem 50 novos integrantes. A maior marca nacional a figurar entre os empregadores é a Via Veneto. As roupas de sua marca feminina, a Brooksfield Donna, eram costuradas por bolivianos em jornadas de mais de 12 horas em uma oficina pequena, escura e sem higiene na zona leste de São Paulo.
Segundo registro do relatório de fiscalização, “fadiga, estresse, exaustão, dores nas costas, coluna, olhos e juntas, dificuldade para dormir e despertar e sono intranquilo” foram algumas das consequências físicas da jornada exaustiva. Cinco trabalhadores imigrantes foram resgatados, incluindo uma adolescente de 15 anos.
A nova lista suja traz também a Spal Indústria Brasileira de Bebidas, fabricante da Coca-Cola que integra o grupo mexicano Femsa – no Brasil são dez unidades para engarrafamento e 43 centros de distribuição.
A fiscalização ocorreu em 2015 e 2016 em quatro unidades da Spal em Belo Horizonte e Contagem, em Minas Gerais. Os caminhoneiros e ajudantes de entrega realizavam, em média, 80 horas extras por mês. Situações extremas chegavam a 140 horas extras por mês. As jornadas diárias chegavam a ser de 12 e 14 horas.
Lista – Criada em novembro de 2003, a “lista suja” é uma base de dados que expõe casos em que houve resgate de pessoas em condições consideradas análogas à escravidão. As empresas na lista suja deste ano foram fiscalizadas entre 2005 e 2018.
O cadastro é utilizado para análise de risco por bancos públicos e privados. Além disso, há empresas que evitam fechar negócios com esses empregadores.
Para Carlos Silva, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), a lista “precisa ser atualizada e divulgada periodicamente, para que continue a contribuir para os avanços que tornaram o Brasil referência mundial no combate a esse crime”.
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