O gerente da pesquisa, Bernardo Almeida, explica que esse resultado está ligado à reabertura e à flexibilização do isolamento social. “A pesquisa reflete, em grande medida, a ampliação do movimento de retorno à produção de unidades produtivas, após paralisações e interrupções por conta da pandemia”. A produção industrial nacional cresceu 3,2% em agosto, quarta alta seguida.
A PIM-Regional mostra que o Pará teve a maior alta na produção em agosto, com 9,8%. A taxa dá ao estado o segundo lugar em influência no resultado geral. “É a terceira taxa positiva consecutiva do Pará, com ganho de 18,2% nesse período”, diz Almeida, explicando que o índice foi influenciado pelo desempenho do setor de extração mineral, que equivale a aproximadamente 88% da produção industrial paraense.
Vitrine da indústria brasileira, a indústria de São Paulo segue como maior influência da série de altas do setor. Em agosto, o aumento foi de 4,8%. “O setor de veículos puxa o resultado, já que é bastante atuante na indústria paulista”, descreve Almeida, citando também o bom desempenho do setor de máquinas e equipamentos. São Paulo acumula a 4ª taxa positiva consecutiva, somando 39,8% no período. Entretanto, ainda está 0,6% abaixo do período pré-pandemia,
O Rio de Janeiro apresentou alta de 3,3%, a sétima maior taxa no mês, mas a terceira maior influência no resultado nacional. “Este índice foi puxado pelo setor de derivados do petróleo, mais especificamente, o refino. A metalurgia também ajudou”, lista o gerente da pesquisa. Também é a quarta taxa positiva consecutiva da indústria fluminense, com acumulado de 19,1% no período. O Rio de Janeiro está quase alcançando o patamar de fevereiro de 2020, estando 0,1% abaixo do nível de produção pré-pandemia.
Santa Catarina (6,0%), Ceará (5,7%), Rio Grande do Sul (5,2%), Amazonas (4,9%) foram os outros locais que apresentaram altas maiores do que a média nacional. Completam os locais com alta em agosto: Região Nordeste (3,0%), Paraná (2,9%), Mato Grosso (2,6%), Goiás (1,2%) e Bahia (0,9%).
Por outro lado, Pernambuco (-3,9%) e Espírito Santo (-2,7%) apontaram as maiores quedas no mês. A produção industrial pernambucana, após três meses de altas que somaram 40,3%, caiu por conta do resultado abaixo do setor de bebidas, muito atuante dentro do estado. Mesmo assim, Pernambuco está na lista de locais que superaram o nível de fevereiro. Minas Gerais, com variação de negativa de 0,4%, completa a lista de quedas.
Na comparação com agosto de 2019, queda em 9 dos 15 locais
No confronto com agosto de 2019, a produção industrial apresentou queda de 2,7%, com retração de nove dos 15 locais pesquisados. Cabe citar que agosto de 2020 teve 21 dias, um a menos do que agosto de 2019.
Espírito Santo (-14,7%) e Paraná (-7,6%) apresentaram as maiores quedas nesta comparação. Bahia (-6,1%), Mato Grosso (-4,4%) e São Paulo (-4,1%) também tiveram taxas negativas mais intensas do que a média nacional. Já o Pará (-1,8%), o Rio Grande do Sul (-1,6%), Santa Catarina (-1,3%) e Minas Gerais (-0,1%) completaram o conjunto de locais com queda entre agosto de 2020 e agosto de 2019.
Entre os locais com alta nesta comparação, Pernambuco (10%) apontou o maior avanço. Completam a lista Ceará (5,3%), Rio de Janeiro (4,0%), Goiás (3,1%), Região Nordeste (2,7%) e Amazonas (0,7%).