Em entrevista ao Fórum Onze e Meia, o ex-ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), disse que a indicação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal agride o “princípio da neutralidade do estado” por opiniões proferidas por ele no passado, além de sua proximidade com os filhos do presidente.
“Eu lembro que o delegado Ramagem, indicado para a PF, publicou uma opinião que fulmina condicionalmente a possibilidade dele chefiar a PF. Ele disse que estava sendo atacado por Moro e corruptos do país, e diz que ‘está do outro lado’. Ele se coloca em oposição a essas pessoas para se dirigir à Polícia Federal. Ele agride o princípio da neutralidade do Estado e não pode assumir a superintendência da PF”, afirmou o ex-ministro.
Tarso Genro também citou como um “fato grave” a resposta do presidente Jair Bolsonaro à provocação de uma usuária nas redes sociais sobre a nomeação. Ao confrontá-lo sobre a amizade entre Ramagem e Carlos Bolsonaro, o ex-capitão respondeu “e daí?”.
“Estes são fatos mostram as consequências dessa redução da popularidade do presidente em seu isolamento político”, opinou Tarso, que também comentou sobre as “acusações pesadíssimas” entre Bolsonaro e seu ex-ministro Sergio Moro. “Se os dois têm razão, os dois têm que ser responsabilizados criminalmente”, afirma.
Tarso também criticou o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, escolhido por Bolsonaro para substituir Luiz Henrique Mandetta no combate ao coronavírus. “Nós temos um ministro da Saúde que não sabe o que é pandemia, que não sabe o que diz, que olha para cima de uma maneira abobada e surpreendente, que não tem opinião técnica do que está acontecendo”, afirma.
Fonte: Revista Fórum