Após o lançamento nacional da coleta do Censo 2022, nesta segunda-feira (01), o IBGE firmou dois acordos de cooperação técnica com agências da Organização das Nações Unidas (ONU) para o recenseamento de refugiados e imigrantes. As parcerias foram firmadas com a Organização Internacional para Migrações (OIM) e o Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) na sede do IBGE, no Rio de Janeiro.
Estavam presentes o presidente do Instituto, Eduardo Rios Neto, o representante interino do ACNUR no Brasil, Federico Martinez, e a assessora especial do chefe da OIM no país, Socorro Tabosa. O principal ponto de atuação das operações será o estado de Roraima.
“Os dois acordos são fundamentais para a cobertura da migração internacional, particularmente, dos venezuelanos, embora também dos bolivianos e outros segmentos de refugiados tanto da América Latina quanto fora, como do Afeganistão e da Ucrânia. Vamos captar tudo”, afirma Rios Neto. O presidente do IBGE acrescentou que “as duas agências das Nações Unidas, tanto ACNUR quanto OIM, possuem informações que vão ajudar muito o IBGE na identificação de potenciais setores censitários onde nós iremos encontrar esse pessoal”.
ACNUR
A parceria entre o IBGE e o ACNUR, durante a realização do Censo 2022, terá como objetivo facilitar as discussões relacionadas às etapas de análise dos resultados da operação censitária e de planejamento e observação das pesquisas domiciliares amostrais do IBGE. O foco será a coleta do Censo a ser realizada no estado de Roraima, em particular nos municípios de Boa Vista e Pacaraima – este que é a principal porta de entrada de imigrantes venezuelanos – e em outros estados da federação.
O acordo de cooperação técnica prevê ações que envolvem a atuação das duas instituições na divulgação da realização do Censo 2022 e na sensibilização das equipes de locais de trabalho, assim como dos refugiados e migrantes venezuelanos quanto à importância da participação destes na operação censitária.
A parceria também será importante para auxiliar na disponibilização de recursos humanos com experiência no trabalho com refugiados e imigrantes bem como na facilitação do acesso aos domicílios coletivos que servem de abrigos para estes com todo apoio logístico de transporte. Além do compartilhamento mensal das informações cadastrais dos integrantes destes locais e dados georreferenciados sobre a localização deles.
“Saber quantos são, onde moram e como eles vivem é essencial para operacionalizar o princípio de não deixar ninguém para trás”, destaca Federico. “O ACNUR é uma organização que trabalha com os estados para salvar vidas, assegurar os direitos e procurar um futuro digno desta população, por isso, é motivo de enorme satisfação participar dessa operação”, complementa o representante do ACNUR.
OIM
O apoio da OIM ao Censo 2022 consistirá em articulação com organizações que atuam na área de migração no estado de Roraima e em outros estados da federação, apoio de funcionários da OIM com experiência no trabalho com refugiados e migrantes para facilitar a aproximação dos recenseadores durante a coleta de dados e eventual apoio logístico para deslocamento em meio à operação censitária, entre outros pontos. Os acordos mostram que o Censo Demográfico não é feito apenas pelo IBGE, mas também por seus parceiros espalhados por todo o Brasil que emprestam suas competências.
“O lançamento do Censo Demográfico 2022 conta com o apoio da OIM para a coleta de dados sobre a população refugiada e migrante, em especial da população venezuelana. O IBGE sempre foi um centro de excelência na captação de informações sobre fluxos migratórios. Estamos à disposição para apoiá-lo para que continue sendo a referência para informações em relação à migração, incluindo no período intracensitário”, enfatizou Socorro.
O gerente de Relações Internacionais do IBGE, Roberto Sant’Anna, também destacou a importância dos acordos. “É importante para o país conhecer essa população de migrantes e refugiados, e conseguir identificar onde estão e como vivem. Assim, conseguiremos definir políticas voltadas para receber essas pessoas e dar uma melhor condição de vida a elas, que escolheram o Brasil como sua nova pátria”.
Fonte: IBGE