PUBLICADO EM 12 de mar de 2018
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Trabalhadores dos Correios em greve a partir desta segunda-feira

Funcionários dos Correios são contra mudanças em plano de saúde, fechamento de agências e demissões e decidiram pela greve a partir desta segunda-feira. Segundo Inês Capelli, presidente da Associação dos Profissionais dos Correios, 21 estados mais o Distrito Federal aderiram à greve. Ficaram de fora Amapá, Amazonas, Roraima e Sergipe. No Piaí, haverá assembleia amanhã para decidir sobre a greve.

Correios

Foto: Arquivo

Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. A principal reivindicação é que a estatal volte atrás nas mudanças que pretende fazer no plano de saúde dos empregados. Hoje, os funcionários pagam um percentual das despesas do plano apenas quando o usam. Os Correios querem descontar dos salários um percentual fixo para manter o benefício, além da coparticipação. Reajustes salariais não são alvo da paralisação.

Segundo Inês Capelli, presidente da Associação dos Profissionais dos Correios, 21 estados mais o Distrito Federal aderiram à greve. Ficaram de fora Amapá, Amazonas, Roraima e Sergipe. No Piaí, haverá assembleia amanhã para decidir sobre a greve.

Funcionários e empresa assinaram acordo coletivo mantendo o plano de saúde da forma que é hoje em agosto de 2017. Segundo Inês, os Correios recorreram ao Tribunal Superior do Trabalho para tentar uma conciliação em torno de uma nova proposta, prevendo a cobrança de mensalidades. O julgamento sobre o caso será hoje. A proposta do TST é que os funcionários arquem com 25% do valor do plano, incluindo dependentes (cônjuges e filhos). Pais e mães seriam excluídos, considerando um período de transição.

Ainda não há informações sobre eventuais exigências de percentual mínimo de operação a ser mantido. Na última paralisação do tipo, no ano passado, a Justiça determinou que a estatal mantivesse 80% do seu pessoal efetivo trabalhando. Os Correios têm ceca de 106 mil funcionários em todo o país.

Além das alterações no plano de saúde, a categoria reivindica melhores condições de trabalho. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Telégrafos (Fentect), os servidores da estatal recebem, em média, R$ 1.600 por mês, que seria o menor salário entre as empresas públicas e estatais.

A federação também critica a extinção do cargo de Operador de Triagem e Transbordo (OTT), que considera importante para o fluxo postal interno. Segundo a entidade, a medida foi tomada para facilitar a terceirização na empresa. “Para piorar a situação, a empresa também anunciou o fechamento de mais de 2500 agências próprias, por todo o Brasil”, destaca a nota da Fentect.

CORREIOS: MOVIMENTO VAI AGRAVAR SITUAÇÃO DA EMPRESA

Em nota, os Correios afirmaram que a paralisação é um direito dos trabalhadores, mas disse que o movimento vai agravar a situação da empresa. A estatal afirmou ainda que as mudanças no plano de saúde, principal pauta das reivindicações, foram discutidas com os representantes dos empregados.

Leia a íntegra da nota da empresa:

“A greve é um direito do trabalhador. No entanto, um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios e afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados.

Esclarecemos à sociedade que o plano de saúde, principal pauta da paralisação anunciada para a próxima segunda-feira (12) pelos trabalhadores, foi discutido exaustivamente com as representações dos trabalhadores, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho.

Após diversas tentativas de acordo sem sucesso, a forma de custeio do plano de saúde dos Correios segue, agora, para julgamento pelo TST. A empresa aguarda uma decisão conclusiva por parte daquele tribunal para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os Correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos.”

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